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Minoritários do Pão de Açúcar querem barrar spin-off do Éxito

  • 11/08/2023
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Segundo o RR apurou, minoritários do Pão de Açúcar acionaram a CVM na tentativa de barrar o iminente spin-off da participação da GPA (Grupo Pão de Açúcar) na rede de supermercados colombiana Almacenes Éxito. Alegam que a operação é danosa aos investidores e feita sob medida para beneficiar um único acionista da companhia: o próprio Casino, seu controlador. Não estão sozinhos. Internamente, executivos do próprio Pão de Açúcar já se manifestaram contra a cisão entre as duas redes varejistas, conforme informou o jornal Valor Econômico. No entanto, a operação tem o apoio – para não dizer a imposição – da maior parte dos conselheiros da companhia, não por acaso indicados pelo Casino. Trata-se de uma engenharia idealizada por Jean Charles Naouri, uma de suas últimas demonstrações de poder antes de perder o controle do grupo francês.

Em contato com o RR, a CVM informou que “não comenta casos específicos”. Por sua vez, o Pão de Açúcar afirma que a “distribuição de ações do Almacenes Êxito a acionistas do GPA foi proposta pelo Conselho de Administração e aprovada em assembleia de acionistas na data de14/02/2023 com amplo apoio de acionistas minoritários”. Não deixa de ser verdade, ainda que parcialmente. Para começar, nem todos os minoritários votaram a favor da proposta. Além disso, de lá para cá, um fato novo, que não estava na mesa no momento em que ocorreu a assembleia de acionistas, embaralhou todas as cartas e mexeu com o racional da operação: a entrada em cena do empresário colombiano Jaime Gilinski. Dono da terceira maior fortuna da Colômbia, Gilinski já fez duas ofertas por 51% das ações do Éxito em poder do Pão de Açúcar – no total, a participação da empresa brasileira é de 96,5%. O conselho do GPA rechaçou ambas as ofertas, a mais recente de US$ 586,5 milhões.

A acusação de parte dos minoritários é que a recusa não passa de uma manobra do Casino e, em particular de Jean Charles Naouri, para se beneficiar, lesando os demais investidores do Pão de Açúcar. Com o spin-off e a consequente distribuição da participação no Éxito proporcionalmente entre os acionistas da GPA, o grupo francês vai ficar com 34% da empresa colombiana. E poderá vender esses papéis imediatamente – antes mesmo de qualquer definição sobre sua saída do Brasil. Ou seja: o Casino vai embolsar um dinheiro que poderia entrar no caixa do Pão de Açúcar, seja para abater dívida, seja para ser distribuído sob a forma de dividendos, caso a proposta de Gilinski fosse aceita, e o spin=off da participação no Éxito, suspenso.

Os minoritários contrários à operação estão pressionados. Neste momento, travam uma corrida contra o relógio. Conforme o próprio Pão de Açúcar informou ao RR, aoperação de distribuição de ações do Éxito “já obteve devidas aprovações regulatórias e está em fase final de conclusão.”

Na última terça-feira, o Pão de Açúcar teve autorização do órgão regulador do mercado de capitais na Superintendência Financeira de Colômbia, órgão regulador daquele país. para a transferência das ações do Éxito aos seus acionistas. No mesmo dia, GPA e Casino firmaram um acordo prevendo a data de 22 de agosto para a distribuição dos ADRs e BDRs da empresa colombiana.

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