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Crime organizado
O Ministério da Justiça está preparando, para os próximos dias, uma nova operação contra garimpeiros clandestinos no território Yanomami. Na semana passada, agentes da PF e da Força Nacional, além de tropas do Exército, foram deslocadas para a região. Mais reforços deverão chegar até o fim desta semana. O ministro Flavio Dino quer uma operação exemplar, capaz de dar um forte recado sobre quem realmente manda naquela área. Nessa linha, por sinal, há uma discussão paralela dentro da Pasta da Justiça. Dino tem defendido uma estratégia de comunicação mais incisiva do governo, com maior transparência sobre as ações de combate à extração ilegal de minérios nas terras Yanomami. A percepção do ministro é que, sob certo aspecto, há um vácuo na divulgação de informações sobre as operações na região, seja sob a ótica da segurança, seja em relação ao impacto positivo para as populações indígenas. Às vezes, parece que o governo não está fazendo nada.
A crítica não deve passar em branco dentro do governo. Ela vem daquele que talvez seja hoje o maior porta-voz da gestão Lula, o ministro que mais tem se comunicado com a sociedade, tanto por meio de pronunciamentos à mídia quanto pelas redes sociais. Flavio Dino está permanentemente nos trending topics do Twitter, segundo medições feitas pela sua própria assessoria.
O Ministério da Justiça discute ainda com a Pasta da Defesa e os comandos militares uma questão sensível: a reabertura do espaço aéreo sobre o Território Indígena, fechado desde fevereiro. A medida facilitaria a retirada de garimpeiros ilegais, mas traz o risco de um efeito colateral: facilitar o acesso de aeronaves do crime organizado para o resgate de membros de facções entrincheirados na região.
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