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Mesmo secando, o Rio corre para Omar

  • 11/06/2019
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O empresário Omar Peres, o Catito, está desfiando o seu colar de empresas no Rio de Janeiro. Quase todo mês, Catito joga uma pérola fora, ou seja, fecha uma firma, festejada como um grande negócio, mas que nas mãos do empresário é mico certo. Catito transformou a tentativa de soerguimento do semienterrado Jornal do Brasil em um business melancólico e de vida curta. Reabriu o Hippopotamus para constatar que os anos 80 já tinham passado e aquele modelo de night-club, fenecido no resto do mundo.

Poucos meses depois, após o oba-oba de praxe, cerrou as portas da casa. Outra iniciativa que deu com os burros n’água foi a bolangerie Guerin, lojas em que os pães, eclaires e folheados eram feitos na frente do cliente. Agora, o imóvel do La Fiorentina, tradicional restaurante de Copacabana, joia da coroa do empresário, vai a leilão. Nas suas mãos, fica, ainda que meio agonizante, o Bar Lagoa, outro símbolo do Rio, que se arrasta para sobreviver.

Para não dizer que a caveira de burro está enterrada no Rio, também em Brasília, o fogoso empreendedor sofre. É dono de um ícone da alimentação, o restaurante Piantella, que tinha Ulisses Guimarães como seu mais famoso cliente. Recentemente, foi do Piantella que partiu Michel Temer para se encontrar com Joesley Batista, nos subterrâneos do Jaburu. Nesse ínterim da era Catito, de 2016 para cá, o restaurante sofreu ordem de despejo, teve uma queda drástica no número de comensais e vive se equilibrando com uma margem de lucro quase zerada. Mas, mesmo com toda a coleção de infortúnios, Catito é persistente.

Um interlocutor do empresário, em conversa com o RR, informou que ele estuda investir em startups no setor de comida, na qual através de um aplicativo de cozinheiros dos mais diversos naipes iriam, logo após o contato, preparar as refeições na casa do cliente. A grande diferença entre Omar Peres e outros colecionadores de insucessos empresariais é que Catito é simplesmente irresistível, e amado por jornalistas e artistas. Ninguém aponta o custo social dos seus desacertos. Não foi à toa que Ciro Gomes, na última eleição, cogitou convidá-lo para o candidato do PDT ao governo do Rio – à época, o empresário chegou a cunhar um slogan de campanha: “O Rio corre para Omar”. Independentemente do track record e seja lá a viabilidade do seu novo negócio, toda boa sorte para o Catito. Ele não desiste.

#Omar Peres

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