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Há uma apreensão entre os grandes grupos de ensino do país. O Ministério da Educação prepara mudanças fulcrais no regime de avaliação das quase 2,5 mil instituições de ensino superior, que terão considerável impacto sobre o modelo acadêmico das universidades e o próprio ranqueamento do setor. A proposta do Conselho Nacional de Educação (CNE), ligado ao MEC, deverá ser encaminhada ao presidente Michel Temer no início de julho.
Um dos principais critérios de avaliação será o índice de evasão de alunos de graduação. Cursos com maiores taxas de retenção receberão melhor avaliação do Ministério. O CNE também levará em consideração a trajetória profissional do aluno após a conclusão da faculdade. Serão analisados o grau de empregabilidade, a faixa salarial e a posição de liderança obtida pelo formando no mercado de trabalho. Se for aprovada, a proposta do MEC vai virar de ponta cabeça o atual sistema de pontuação das universidades. As notas alcançadas pelas respectivas instituições no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) passarão a ter um peso ponderado menor na cesta de critérios do Ministério.
Dessa forma. a “ditadura das provas” não seria mais a variável preponderante de avaliação de um curso, abrindo espaço para critérios como o índice de satisfação do aluno e, sobretudo, os dividendos profissionais alcançados após a graduação. O novo conceito deverá enfrentar resistências dos grupos de educação, uma vez que exigirá mudanças nos próprios programas acadêmicos dos cursos. Hoje, uma parte expressiva das instituições privadas trabalha com foco em conseguir boas notas de seus alunos no Enade, o que lhe garante posições de ponta no ranking do setor. Outro desafio diz respeito à capacidade do MEC de levantar todas as informações relativas ao novo modelo de avaliação. A Pasta precisará criar um sofisticado sistema de pesquisas junto a alunos e formandos.
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