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Lula quer surfar na prancha de Arthur Lira na reforma administrativa

  • 16/01/2024
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Lula pretende lavar as mãos como Poncio Pilatos na reforma administrativa, mas faturar por magnetismo político o esforço de Arthur Lira para que ela saia neste ano. Lira quer associar umbilicalmente um grande marco a sua gestão. O mandato do presidente da Câmara se encerra em fevereiro de 2025. Lira já disse em alto e bom som, diversas vezes, que a reforma administrativa é sua prioridade. Para dar uma ideia desse empenho, em 2023, em 5.700 mídias – impressa, on line, rádio e TV – foram encontradas 671 menções à sua defesa da medida “para ontem”. A minuta do projeto já está pronta para a discussão no Executivo.

Ninguém acredita que a essência da reforma sejam cortes mais radicais nos salários. Quem deve pagar mais um pouquinho é o Judiciário. Agora estão previstas novas regras para o emprego público, auditoria de performance do funcionalismo, obrigação de reciclagem, normas para concurso e diversas outras ações que permitam o aumento da produtividade da máquina.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad é contra o açodamento. Acha que tem que concluir a reforma tributária. A segunda parte, a da renda, é a mais complicada. Como dificilmente a reforma administrativa não sofrerá judicialização, eis aí uma confusão, que pode embolar as duas grandes mudanças estruturais do governo Lula.

O presidente já sinalizou que vai jogar parado, somente com o seu apoio tácito. Só se mexerá se a reforma andar. Nesse caso, capitalizará os avanços resultantes do esforço de Lira e estará na torcida para que o presidente da Câmara faça o seu sucessor. Afinal, duas reformas em um único governo é mais um feito para a coleção do “nunca se viu antes neste país”.

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