Política
Luciano Coutinho desponta como o “Mantega da vez” na sucessão da Vale
Para a Previ, ou seja, o governo, o jogo da sucessão na Vale está longe de terminar. A última cartada seria uma pressão do próprio Lula, trazendo à baila um nome alternativo à malsucedida articulação pró-Guido Mantega. O candidato do presidente seria o economista Luciano Coutinho. Os poucos que já ouviram falar da alternativa em indicar o ex-presidente do BNDES espernearam contra radicalmente. O argumento chega a ser engraçado: a soma de um Coutinho com um Mantega daria a mesma coisa. Bem, mesmo Lula não pode tudo. O episódio anterior da tentativa da nomeação de Mantega para o Conselho mostra que a corporação tem independência para enfrentar os desígnios do Planalto.
Ainda em relação à Previ: a lista de “15” nomes indicados pela consultoria Russell Reynolds, para o cargo de CEO da Vale – informação antecipada pelo colunista de O Globo, Lauro Jardim – irritou o fundo de pensão. Não apenas pela ausência de candidatos mais ligados ao governo, mas também pela falta de executivos da própria companhia. É como se os profissionais da diretoria da empresa, todos, tivessem recebido um downgrade – e, ainda que de forma indireta, com a chancela da própria mineradora, que contratou a Russell Reynolds. Além disso, a Previ ficou tão ou mais incomodada ainda com as custas do head hunter. Se for para pagar uma fortuna para uma consultora fazer uma lista de tantos nomes, fica bem mais barato pegar uma publicação como a Maiores e Melhores, da Exame, ou o Valor 1000, destacar os primeiros 100 CEOs e levar para a reunião do Conselho.