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Irmãos Batista levantam, sacodem a poeira na Bolsa de Nova York e dão a volta por cima

  • 4/04/2024
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Os nomes certos, no lugar certo e na hora certa. É assim que a volta de Joesley e Wesley Batista ao Conselho de Administração da JBS está sendo tratada dentro da companhia, por colaboradores e pela própria diretoria. O retorno se dá logo após a empresa ter anunciado um ligeiro e raríssimo prejuízo no balanço de 2023, de R$ 1 bilhão. Mas isso é apenas um detalhe. O que importa mesmo é o que está por vir: a presença da dupla deverá dar impulso adicional a projetos estratégicos da empresa, a começar pela listagem de ações na Bolsa de Nova York – acalentada há mais de uma década. A operação é vista na JBS como uma peça-chave para aumentar a capacidade da empresa de se financiar em moeda estrangeira e partir para novas aquisições no exterior. É uma sequência de movimentos com potencial para fazer o valuation da JBS atingir um novo patamar em relação à concorrência. Segundo a fonte do RR, Joesley e Wesley sabem muito bem onde almejam chegar. O target seria repetir até 2030 o mesmo crescimento do valor de mercado da companhia nos últimos seis anos – desde abril de 2018. Isso significaria uma apreciação da ordem de 120% em igual intervalo. Ou seja: o market cap da JBS saltaria dos atuais R$ 46 bilhões para mais de R$ 100 bilhões. À primeira vista, pode parecer uma meta extravagante. Mas cabe lembrar que, nesse intervalo de seis anos, a companhia atravessou denúncias, detenção dos sócios controladores, o turbulento episódio de gravação de uma conversa privada com um presidente da República, risco de suspensão de financiamentos públicos, e ainda assim mais do que dobrou seu valor de mercado, uma prova de resiliência.

A comparação com os principais concorrentes dá uma ideia da dimensão dos planos da JBS. Hoje, o valor de mercado somado de seus três grandes competidores – BRF, Marfrig e Minerva Foods – é de R$ 40,3 bilhões. Em um exercício meramente hipotético, se o trio repetisse, ao longo dos próximos seis anos, o mesmo desempenho em bolsa acumulado desde abril de 2018 – Minerva (queda de 17%), BRF (queda de 22%), Marfrig (alta de 23%) –, chegaria a 2030 com um valuation combinado ainda menor, em torno de R$ 36 bilhões. Ressalte-se que nenhum dos valores acima foi deflacionado. Trata-se de uma conta simplificada e ilustrativa do quanto a distância entre a JBS e seus competidores pode aumentar até o fim da década usando-se como parâmetro a performance das quatro companhias nos seis anos anteriores.

Quase que simultaneamente ao retorno de Joesley e Wesley Batista ao board, a JBS já sinaliza uma guinada, com redução do nível de alavancagem e aumento das margens. A companhia quer virar logo a página dos resultados de 2023 e entregar já no primeiro trimestre uma performance em linha com seu padrão histórico. Os números falam por si. Nos dez anos anteriores, entre 2013 e 2022, a JBS teve um lucro acumulado de R$ 55,5 bilhões. No mesmo período, a empresa somou uma receita de R$ 2,1 trilhões e um Ebitda de quase R$ 200 bilhões.

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