Institucional

Investigação contra Mauro Cid gera ruídos entre governo e militares

  • 28/07/2023
    • Share

O uso de todas as formas de investigação, pressão, desabono e vazamento de indícios sobre ainda “eventuais” ilícitos feitos pelo ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente coronel Mauro Cid, está arranhando o ambiente de concórdia do governo com as Forças Armadas. O RR conversou com um brigadeiro quatro estrelas da Aeronáutica, incomodadíssimo com a condução de todo o processo. Segundo ele, o Coaf está soltando notas sobre “possibilidades”, o que pré-julga Mauro Cid, um oficial do Exército. “Ele deveria, no mínimo, ter um tratamento à altura do seu cargo e não ser queimado em praça pública, antes de qualquer julgamento, como um meliante”. O oficial da Aeronáutica disse que colocaram “Deus e o mundo” para acossar Mauro Cid: “Do jeito que estão fazendo, ninguém escapa dessa inquisição”. Consultada pelo RR, a Aeronáutica não se manifestou até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para o posicionamento. 

O brigadeiro considera pusilânime a postura do Ministério da Defesa, de manter-se à distância dos fatos, sem qualquer pronunciamento, como se fizesse parte do “comando de caça” a Bolsonaro. Perguntado se a Aeronáutica se manifestaria, respondeu que “o assunto está a cargo do Exército e normalmente a Força Aérea bate continência ao Exército”. Na verdade, o brigadeiro quis ignorar que os fatos não se alinham inteiramente a sua indignação. O tenente coronel Mauro Cid está preso em Batalhão do Exército com tratamento diferenciado com que um militar da sua posição é tratado. Quanto às ações conjuntas do Coaf, MPF e Polícia Federal, com vazamentos de informações a torto e a direita, trata-se de um expediente que vem do início do século e se consagrou com a Lava Jato. À época, foi divulgado um grampo de conversa da Presidente da República, talvez a mais inconstitucional das ações contra uma chefe de Estado – algo fundamental para o afastamento de Dilma Rousseff da Presidência. Nenhum dos generais, brigadeiros e almirantes achou anormal. Não custa lembrar que Dilma era comandante em chefe das Forças Armadas. Para os militares vale um peso e duas medidas.

#Mauro Cid

Leia Também

Todos os direitos reservados 1966-2024.