Há algumas arestas nas negociações para a venda da participação de 50,1% da Brookfield no Pátio Higienópolis, em São Paulo. Tanto a Rio Bravo quanto a Iguatemi, também sócias do empreendimento, já manifestaram interesse em exercer seu direito de preferência previsto no acordo de acionistas. Ocorre que há um degrau a separá-los.
A Iguatemi teria concordado com o valuation estipulado pela Brookfield para a sua fatia acionária, em torno de R$ 1,5 bilhão. No entanto, a Rio Bravo, não. Pelo acordo de acionistas, a gestora terá de desembolsar quase R$ 800 milhões para exercer seu direito de preferência proporcional a sua atual participação no Pátio Higienópolis – 25,7%, por meio do Fundo imobiliário SHPH11.
O que está em jogo é o mando de campo societário do shopping após a saída da Brookfield. Se a Rio Bravo exercer sua opção, assume o controle; se não, a Iguatemi, com a compra, fica como maior acionista inidividual. Em tempo: no caso da empresa dos Jereissati, trata-se de um pacote ainda maior.
O Iguatemi fechou um acordo de exclusividade que envolve a compra das ações da Brookfield não apenas no Pátio Higienópolis, mas também no Shopping Pátio Paulista.
Em contato com o RR, a Rio Bravo disse que não foi notificada “sobre o exercício do direito de preferência e, portanto, sobre as possíveis condições comerciais de uma eventual aquisição”. Ainda segundo a gestora, “os cotistas serão informados via Fato Relevante caso existam evoluções concretas sobre uma eventual venda do ativo”. A Iguatemi, por sua vez, limitou-se a confirmar, conforme já publicado em Fato Relevante, que “está em tratativas a respeito de uma possível aquisição de participações nos empreendimentos denominados Shopping Pátio Higienópolis e Shopping Pátio Paulista, e, nesse contexto, firmou, em 07 de outubro de 2024, um term sheet (“Term Sheet”) com o Brazil Retail Fundo de Investimento em Participações Multiestratégia (“FIP Retail”), de natureza não vinculante, para servir de base para as discussões entre as partes”.