Finanças

Governo abre as comportas do microcrédito no Nordeste

  • 15/08/2023
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A recente redução dos juros anunciada na semana passada pelo Banco do Nordeste (BNB) é apenas o ponto de partida do que está por vir. Por meio do BNB, o governo Lula vai colocar em marcha uma série de ações para turbinar a oferta de crédito a micro e pequenas empresas do Nordeste – uma promessa de campanha repetida reiteradas vezes pelo presidente. As medidas já foram levadas pelo presidente do BNB, o ex-governador de Pernambuco, Paulo Câmara, a Lula em Brasília. O banco está fazendo um grande estudo em todos os estados do Nordeste para mapear as regiões e com maior carência de acesso a microcrédito. Essa varredura servirá de balizador para definir as áreas que receberão um maior volume de recursos, especialmente do Crediamigo, o maior programa de microfinanciamento do BNB. Já existe um projeto-piloto exatamente em Pernambuco, que será estendido a outros estados ainda neste ano. Outra missão do banco é ampliar a capilaridade da rede de atendimento do Crediamigo. A premissa é de que não basta mais dinheiro; ele também precisa chegar mais longe. Hoje, são 472 unidades avançadas do programa nos nove estados do Nordeste, além de parte de Minas Gerais e Espírito Santo. A meta, segundo o RR apurou, é chegar a mil pontos em três anos, ou seja, praticamente o fim do atual mandato do presidente da República. Em tempo: o próprio Lula quer ir ao Nordeste para anunciar as medidas. Nos bastidores já há, inclusive, uma “disputa” entre governadores para ser o anfitrião das boas novas.

Há pouco mais de dois meses, Paulo Câmara declarou publicamente que “Lula quer mais crédito para o povão”. Dito e feito. Só por meio do Crediamigo, o BNB deverá liberar cerca de R$ 13 bilhões neste ano, 30% a mais do que em 2022. É dinheiro na veia de uma parcela da população que trafega entre o microempreendedorismo e a informalidade, com pouco acesso a crédito em bancos privados. Cerca de 90% dos beneficiados pelo programa são empresas não formalizadas. Mais de 70% são famílias com renda de até R$ 5 mil por mês. Entre janeiro e julho, o tíquete médio dos empréstimos foi de R$ 2,9 mil, contra R$ 3,1 mil no ano passado. É um sinal de que os recursos estão alcançando empresas ainda menores.

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