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Depois de Ásia, Europa e América do Sul, o processo de desmobilização de ativos da Gerdau volta ao seu ponto de partida, os Estados Unidos. O grupo está em conversações com a japonesa Kyoei Steel para a venda de sua usina de Rancho Cucamonga, na Califórnia. A fábrica tem capacidade de produção de aproximadamente 750 mil toneladas de aços longos por ano.
Segundo o RR apurou, a negociação é o ponto de partida de uma nova temporada de alienação de ativos no mercado norte-americano. Entre 2015 e 2016, a Gerdau já havia se desfeito de cinco usinas nos Estados Unidos. Consultada, a companhia disse que “não comenta rumores de mercado”. Mas “enfatiza que segue com sua estratégia de avaliação de seus ativos, visando focar seus esforços naqueles que geram maior rentabilidade.”
Nem em seus tempos de seleção brasileira de hipismo, André Gerdau Johannpeter deparava-se com tantos obstáculos. O percurso do herdeiro de Jorge Gerdau tem sido dos mais acidentados. Inclui o indiciamento na Operação Zelotes por suspeita de pagamento de propina a conselheiros do Carf, uma constrangedora condução coercitiva pela Polícia Federal, a grave crise do setor siderúrgico nacional e a necessidade de se desfazer de ativos para cobrir os seguidos prejuízos contabilizados pelo grupo.
Os resultados da companhia derretem ano a ano. As perdas acumuladas em 2015 e 2016 passaram de R$ 7,3 bilhões. No ano passado, a receita global caiu 14%. Não fosse ele próprio o dono do haras, certamente André Gerdau já teria caído do cavalo. No ano passado, a Gerdau vendeu R$ 1,3 bilhão em ativos. Não deu nem para a saída. A meta é amealhar mais R$ 1,5 bilhão até junho de 2018. Nenhuma subsidiária está imune à lâmina dos Gerdau. A usina de Rancho Cucamonga se junta a outras operações da Gerdau que estão sobre o balcão neste momento: a mexicana Sidertul e a indiana SJK Steel Plant – a venda desta última foi antecipada pelo RR na edição de 31 de março.
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