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Finanças
Em reunião realizada no último sábado, com a participação de intelectuais que atuaram ativamente no Plano Real e potentados empresariais de vários setores, a grande atração foi o speech de Gabriel Galípolo, novo diretor de política monetária do Banco Central. Galípolo assustou os presentes pela semelhança das suas ideias com as do economista André Lara Resende, pavor de toda audiência por seus conceitos heterodoxos. Um dos partícipes do encontro, talvez o mais sofisticado integrante do governo FHC, contudo, se empenhava em diluir as preocupações já reinantes. Primeiramente porque, mesmo que Galípolo venha a assumir a presidência do BC com o encerramento do mandato de Roberto Campos Neto, em novembro, não seguirá a cartilha de Lara Resende. Ainda que a autoridade monetária seja independente, Lula é, na prática, algo correspondente ao comandante em chefe das Forças Armadas. Só que nas áreas sob controle do Banco Central. O presidente da República não tem o poder de vetar decisões do BC, mas pode pressionar draconiamente o presidente e o colegiado da instituição para que tomem decisões alinhadas às políticas de governo. Mais um dado: até o fim do governo, a diretoria do BC será praticante toda indicada pelo Lula/PT. E mesmo se não houvesse todos esses óbices, o mercado brecaria a alucinada nova teoria monetária, um dos pilares da admiração de Galípolo por Resende. Há menos problemas nessa área do que pensam alguns ansiosos ou paranoicos.
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