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O empresário Marcio Kumruian, fundador e CEO da Netshoes, tornou-se refém dentro de sua própria companhia. Os fundos de investimento internacionais que dividem o controle da empresa de e-commerce tomaram as rédeas do negócio, transformando Kumruian em figura decorativa. À frente do “motim”, o norte-americano Tiger Global Investors, GIC e Temasek – os dois últimos, fundos soberanos de Cingapura – buscam uma solução para a delicada situação da Netshoes, um dos maiores sites de artigos esportivos do país.
O mais provável é que o take over de fato se torne também de direito, com a recompra das ações em mercado. Desde já, segundo fonte ligada à própria Netshoes, os fundos estariam preparando um tratamento de choque na empresa, com a revisão do modelo estratégico, encerramento de operações deficitárias e redução do quadro de funcionários, hoje da ordem de 1,9 mil pessoas. O objetivo seria arrumar a casa para a fusão da Netshoes com outra plataforma de varejo online. A Netshoes é um case às avessas no badalado universo digital.
Um ano e quatro meses após o IPO, a empresa derrete na bolsa de Nova York, tragada pelos sucessivos prejuízos – aproximadamente R$ 320 milhões desde o início de 2017. Nesse período, perdeu 90% do seu valor de mercado, o que a torna uma presa ainda mais fácil para os fundos de investimento. A preços de hoje, raspar o tacho das ações em mercado custa cerca de US$ 60 milhões, praticamente um décimo do que seria há pouco mais de um ano.
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