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Ferro gusa é o novo core business do crime organizado

  • 9/02/2023
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O crime organizado é o setor da “economia” que mais diversifica seus negócios no Brasil. Ao portfólio de ativos soma-se agora o ferro gusa. Segundo o RR apurou, a área de Inteligência da Polícia Federal identificou a atuação de grandes facções criminosas no roubo e na venda clandestina do produto. Como não poderia deixar de ser, o problema é particularmente mais grave em Minas Gerais, que reúne cerca de 300 usinas de ferro gusa e concentra algo em torno de 80% da produção nacional. De acordo com uma fonte da própria PF, organizações criminosas, a exemplo do PCC e da Família Monstro, de forte atuação no estado e no Centro-Oeste, estariam atacando trens utilizados para o transporte do produto. As abordagens se dão, principalmente, em áreas urbanas, onde os comboios são obrigados a reduzir a velocidade, o que traz a reboque o risco de vítimas no caso de eventuais confrontos armados. Na esteira da criminalidade, os custos dos fabricantes e distribuidores de ferro gusa com segurança privada teriam subido cerca de 40% no ano passado. E, ainda assim, é como enxugar gelo: em 2022, a Polícia Civil de Minas registrou um furto ou ao menos uma tentativa de roubo a cada dois dias. 

Investigações mais recentes apontam para a existência de uma intrincada rede de comercialização e distribuição do ferro gusa roubado. Além do mercado doméstico, a partir do Centro-Oeste o produto chega também à Bolívia e ao Paraguai e alcança até a América Central. Essa indústria criminosa do ferro gusa é estimulada pela crescente majoração do valor do insumo. A guerra entre Rússia e Ucrânia impulsionou os preços no mercado internacional. No ano passado, as cotações mais do que duplicaram, chegando a alcançar o equivalente a R$ 6 mil por tonelada. Atualmente, o valor médio gira em torno de R$ 3,5 mil, o que ainda torna o ferro gusa um bom negócio – no oficial e no paralelo do crime.  

#PCC #Polícia Federal

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