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RR Destaques
É grande a expectativa em torno da divulgação da Ata da reunião do Copom, amanhã. Dois pontos estarão em destaque:
1) A leitura sobre as convergências e divergências entre os membros do colegiado, particularmente no que se refere às projeções de cenário na inflação e no “piso” dos juros em 2024;
2) Os recados acerca da situação fiscal.
Já em termos de indicadores, saem nessa terça, no Brasil, a Pesquisa Mensal de Serviços de março e o Levantamento da Produção Agrícola de abril. Olho também para os EUA, com o Índice de Preços ao Produtor de abril e discurso do presidente do Fed, Jerome Powell.
Dando continuidade ao cenário previsto pelo Destaques, os próximos dias ampliarão alguns pontos no debate e planejamento sobre o desastre no Rio Grande do Sul, que mantém forte caráter emergencial:
1) A série de medidas que vem sendo anunciadas pelo governo federal darão origem a um pacote, a ser parcialmente anunciado na próxima quarta feira, quando presidente voltará à região Sul. Mesmo que não seja apresentado essa semana, o plano incluirá uma versão de auxílio emergencial e constitui, hoje, a prioridade número 1 da Fazenda;
2) Ainda que em tom conciliador e enfatizando o trabalho conjunto, o governador Eduardo Leite buscará comprometer o governo federal com o máximo de apoio possível. Isso incluirá, claro, medidas de reconstrução mas, também, questões estruturais que antecedem as enchentes.
É esse o sentido do pedido por anistia da dívida, para além da suspensão da cobrança e aplicação do valores referentes em um fundo para o estado.
Nesse âmbito, nada deve vir à tona publicamente – Lula não deixará que isso aconteça – mas já se delineiam divergências e negociações de bastidores entre o estado e a Fazenda.
Trata-se de um tema no qual o governo federal terá dificuldade em não ceder, diante de um governador que buscará, por necessidade de gestão e estratégia política, jogar todas as responsabilidades possíveis – pretéritas e futuras – na União.
3) Ninguém – nem o “mercado” – questionará os investimentos no Rio Grande do Sul, em uma reação condicionada pela experiência da pandemia. Mas ganham corpo, inevitavelmente, as especulações sobre os impactos fiscais da situação.
4) Outros vetores serão os possíveis efeitos do desastre na economia e na cadeia produtiva do país, que se mantém incertos – mas existirão.
Em paralelo, uma segunda consequência está “dormente”, mas virá à tona: a experiência da pandemia e mesmo do aumento do mínimo, recente, indicam que a forte injeção de recursos na região Sul (e o novo auxílio) tendem a afetar positivamente o consumo das famílias e o PIB. Para não falar no que se reverterá em emprego, tanto por ações diretas quanto pelos esforços de reconstrução; e na inflação, potencialmente.
5) Em meio a uma nova rodada de pesquisas, também se adensará a pauta sobre os movimentos que o “Plano Marshall” para a região Sul poderão ter em um governo Lula sedento por bandeiras. E em um horizonte no qual a polarização se manterá mesmo com Bolsonaro inelegível, como mostra pesquisa na qual Lula aparece com 46% de intenções de voto contra 40% do governador Tarcísio.
Vale aqui um parênteses: Tarcísio tende a evitar qualquer articulação, quanto mais capitalização da força política, para evitar a percepção de que busca se impor como o nome do ex-presidente. Bolsonaro não gosta de ser posto contra a parede.
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