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O litígio entre o Magazine Luiza e os ex-controladores do KaBuM deverá ganhar mais pólvora. Desde a semana passada, corre entre acionistas da companhia a informação de que os irmãos Thiago e Leandro Ramos vêm sondando outros minoritários com o objetivo de entrar com uma ação conjunta contra o CEO e herdeiro da rede varejista, Frederico Trajano. Ambos acusam o executivo de ser o responsável por uma fraude contábil que teria resultado em um ajuste de R$ 829,5 milhões no patrimônio líquido do Magazine Luiza. Nos bastidores, espocam relatos de que a dupla estaria munida de documentação e laudos que comprovariam as irregularidades.
Pode ser que sim, pode ser que não. O fato é que a tentativa de articulação com outros minoritários deve ser interpretada como uma reação de Thiago e Leandro, detetores de pouco mais de 1% do Magazine Luiza, à derrota sofrida nos últimos dias.
Em assembleia geral extraordinária realizada no dia 29 de maio, os acionistas da rede varejista, em sua maioria, rechaçaram o pedido da dupla para que que a própria companhia movesse uma ação de responsabilidade contra Trajano. O que está longe de significar que o filho de Luiza Helena Trajano tenha se livrado da explosiva dupla de sócios.
Procurado pelo RR, o Magazine Luiza não se manifestou.
Thiago e Leandro Ramos se valem de um episódio sensível e ainda não devidamente explicado: os erros contábeis reconhecidos pelo próprio Magazine Luiza que inflaram o lucro da empresa em R$ 829,5 milhões entre 2022 e os dois primeiros trimestres de 2023. A tentativa de acusação direta contra Frederico Trajano é vista no mercado como uma estratégia jurídica dos irmãos Ramos para fragilizar o empresário e a rede varejista na contenda contra a companhia.
O Magazine Luiza comprou o KaBuM, uma das maiores plataformas de venda de games e equipamentos de tecnologia do país, em julho de 2021 por R$ 3,5 bilhões. Passados quase três anos, é possível dizer que, mais do que um ativo, a empresa de Luiza Helena Trajano adquiriu um contencioso. As brigas judiciais começaram um ano após o negócio. Primeiro, os irmãos Thiago e Leandro, ex-controladores do KaBuM, entraram na Justiça questionando a atuação do Itaú BBA, que conduziu as tratativas para o M&A. Desde o ano passado, os irmãos tentam também suspender a venda para o Magazine Luiza por meio de um procedimento de arbitragem na Câmara de Comércio Brasil-Canadá.
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