Buscar
Política externa
O México deveria há muito tempo figurar entre os BRICs, se já não estivesse onde tem de estar, no retrovisor do Brasil entre os países latinos. Hoje é o principal destino dos investimentos diretos na região. Tem um regime tributário que é um convite ao “vem para cá você também”. A questão é que os BRICs estão parecendo cada vez mais com o Mercosul, onde impera o “nenhum por todos e todos por nenhum”.
O México tem uma excelente vizinhança, a começar por seu comprador emérito: os Estados Unidos. Um pouco mais acima, tem um importador de tamanho bem mais reduzido, mas nada desprezível, o Canadá. O trio compõe o chamado Nafta, que já gerou um Fla-Flu, parecido com a disputa entre os que defendem o ingresso na OCDE em detrimento da permanência na OMC. Essa rinha assumiu uma característica ideológica: a “direita” quer o Brasil na OCDE; e a “esquerda”, na OMC.
Essa confusão de acrônimos se deu em paralelo e\ou em períodos próximos à discussão sobre a criação do Safta (um Nafta nanico) e da Alca (Área de Livre Comércio das Américas), proposta pelos Estados Unidos, em 1994, que teria nada mais, nada menos, do que 32 nações. O Mercosul sobreviveu, e a Alca ficou perdida em alguma gaveta dos países envolvidos. Mas ganhamos os BRICs! Pois bem, os BRICs caminham para parecer com uma colcha de retalhos.
Há defesa entre os integrantes do bloco que ele passe de nove para 22 países – África do Sul e, mais recentemente, Egito, Etiópia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Irã se uniram aos membros originais. Espera-se que na reunião do G20, no Brasil – quando um dos pilares será a reorganização das agências multilaterais, um assunto que tangencia os blocos comerciais – o assunto venha à tona. Enquanto isso, o México vai tirando de letra.
Todos os direitos reservados 1966-2024.