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A Susep está dominada por aqueles que deveria regular e fiscalizar. Os corretores de seguros tomaram a autarquia, colocando em xeque sua independência. Há uma concentração de representantes da área de corretagem nos postos de comando sem precedentes na trajetória do órgão regulador, a começar pelo superintendente, Joaquim Mendanha de Ataídes, presidente licenciado do Sindicato dos Corretores de Goiás. Ao seu lado, na diretoria de Administração, está Paulo dos Santos, que, até ser nomeado para o cargo, ocupava a presidência do Instituto Brasileiro de Autorregulação do Mercado de Corretagem de Seguros (Ibacor).
O trio de ferro dos corretores é completado por Marcelo Augusto Camacho Rocha, ex-assessor jurídico da Fenacor, que assumiu neste ano a diretoria de Organização do Sistema de Seguros Privados. Nos bastidores da entidade, é flagrante o mal-estar causado pela situação, notadamente junto à área técnica. O poder dos corretores na Susep tem criado situações de tensão entre agentes do mercado de seguros.
O caso mais ruidoso gerou uma crise dentro da própria estrutura de Estado, devido ao embate entre a entidade e a Caixa Econômica Federal, ambas subordinadas ao Ministério da Fazenda. A Susep negou o pedido da Youse – plataforma online de venda de apólices criada pela CEF – para atuar também como seguradora. A situação causou irritação na diretoria do banco, que enxergou a postura da Susep como uma represália ao canal de distribuição direta de seguros sem corretagem – um projeto no qual a Caixa Seguradora, leia-se a francesa CNP Assurances (52%) e CEF (48%), investiram mais de R$ 500 milhões.
Segundo o RR apurou, houve pressão em Brasília para a demissão de Joaquim Mendanha. Consta que quem segurou as pontas foi o deputado federal Lucas Vergílio (SD-GO), filho de Armando Vergílio, presidente da Fenacor. Procurada pelo RR, a Susep esclareceu que “só se manifesta formalmente em relação a fatos concretos, com origem confirmada, e não sobre boatos ou informações correntes em bastidores.”
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