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A Biolab – um dos maiores laboratórios farmacêuticos nacionais, com faturamento de R$ 2,5 bilhões – vive uma espécie de corte epistemológico. A primeira grande quebra de paradigma veio com a recém-anunciada contratação de Fabio Amorosino, ex-presidente do Grupo Alfa, como novo CEO – nunca antes a companhia foi comandada por um “forasteiro”, ou seja, alguém de fora da família controladora. No entanto, há outra ruptura histórica ainda mais profunda a caminho. Segundo o RR apurou, a companhia planeja abrir o capital.
De acordo com a mesma fonte, a hipótese mais provável é a venda de uma participação minoritária a um investidor. No mercado, os nomes do Advent e da General Atlantic despontam como candidatos à operação. Tomando-se como base o múltiplo médio de M&As na indústria farmacêutica brasileira, de 8 a 12 vezes o Ebitda, para efeito de negociação o valuation da Biolab é estimado em mais de R$ 6 bilhões. Consultada pelo RR, a empresa não quis se manifestar.
A Biolab sempre foi comandada com mãos de ferro pelos irmãos Cleiton de Castro Marques, Paulo de Castro Marques e Dante Alario Jr.
Segundo fonte próxima à família, a ideia de um “intruso” na sociedade nunca teve a simpatia do trio. Ocorre que só as pedras não mudam de opinião, vide a própria sucessão da empresa. A chegada de Fabio Amorosino interrompe 27 anos de reinado de Cleiton Marques à frente da gestão executiva.
É sintomático, inclusive, que os controladores da Biolab tenham buscado um financista para o cargo. Há no setor um entendimento de que os laboratórios precisarão se capitalizar diante do crescente custo para o desenvolvimento e produção de medicamentos mais sofisticados. A Biolab, particularmente, tem projetos internacionais que exigirão um volume maior de recursos – a empresa já atua no Canadá, onde tem, inclusive, um centro de pesquisas. Outro fator que aumenta a pressão pela busca de capital novo é a tendência de consolidação do setor.
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