Economia

Centrais sindicais entram em cena e escancaram as fissuras no governo com o corte de gastos

  • 12/11/2024
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O sindicalismo, base histórica do PT e de Lula, resolveu meter a colher na sopa do corte de gastos públicos. Lideranças da CUT, CGT, Força Sindical, entre outros centrais, estão buscando um encontro com o presidente da República antes da sua viagem ao Rio, na próxima quinta-feira, para participar do G20. Vários contatos foram travados ao longo do dia de ontem.

A articulação, segundo o RR apurou, é capitaneada pelo presidente da Força Sindical, Miguel Torres. É mais pressão para cima do governo, especialmente da equipe econômica. Os sindicalistas pretendem reforçar o coro contra eventuais medidas que atinjam direitos dos trabalhadores, a exemplo de mudanças nas regras do abono salarial, uma das hipóteses especuladas nos últimos dias.
A manifestação das entidades sindicais não deve ser vista como um movimento exógeno à gestão Lula. Muito pelo contrário. A iniciativa brota das fendas que o pacote de corte de despesas está provocando dentro do próprio governo. Os sindicalistas dublam, sobretudo, os ministros do Trabalho, Luiz Marinho, e da Previdência, Carlos Lupi.
Os dirigentes das centrais podem verbalizar publicamente os duros comentários que Marinho e Lupi têm feito reservadamente em relação a Fernando Haddad e Simone Tebet.
Instrumentalizações políticas à parte, as discussões em torno do corte de gastos alimentam também um incômodo dos movimentos sindicais com o governo que não vem de hoje. Lideranças do setor reclamam do distanciamento do próprio Lula.

O sentimento é que a interlocução rareou. Isso em um momento de pautas extremamente sensíveis para os trabalhadores. Além da questão da redução das despesas públicas, o entendimento entre os sindicalistas é que o Palácio do Planalto não tem se empenhado como deveria para estimular a apresentação de uma PEC com o objetivo de acabar com a jornada de trabalho “6×1”, proposta da deputada Erika Hilton (PSOL-SP).

#Lula #PT

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