Candidatos à Presidência buscam o apoio das Forças Armadas em nome da governança

  • 20/06/2018
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As Forças Armadas surgem no horizonte político como fiadores da democracia. Esta é a tendência apontada por dois dos pré-candidatos à Presidência, ouvidos por Insight Prospectiva – boletim exclusivo para assinantes editado pela Insight Comunicação. Consultados sobre a grave crise institucional que afeta o país, os dois presidenciáveis revelaram a disposição de fazer uma abordagem prévia junto aos militares em busca de uma colaboração mais próxima –ressalte-se, nenhum deles é o Capitão Jair Bolsonaro. Ambos pretendem estabelecer um canal de interlocução com as Forças Armadas em busca de amparo para garantir a governança do país a partir de 2019.

O comandante do Exército, general Villas Bôas, já antecipou a disposição dos candidatos em manter um contato com as Forças Armadas. Para evitar qualquer percepção de favorecimento, o comandante Villas Bôas vai democratizar o diálogo, conversando com todos os presidenciáveis – o primeiro deles será Fernando Haddad. Segundo as consultas feitas, há a percepção entre os candidatos de que os militares terão um papel determinante no restabelecimento da sintonia fina entre os Poderes da República. Esse entendimento, com um ambiente institucional sereno, daria ao futuro presidente o esteio necessário para promover as inevitáveis reformas. É importante fazer alguns esclarecimentos em cima da consulta aos candidatos.

O presidente da República, comandante em Chefe das Forças Armadas, não precisa adulá-las para obter sempre que for necessário o seu apoio, dentro dos limites da Constituição. Mas a grave situação institucional do país, a dificuldade para aprovação de medidas duras, mas necessárias, e a existência de “grupos de veto” cada vez mais fortes, que impedem ações estruturantes, fazem da articulação com os militares uma peça importante no tabuleiro político e da governança. Os candidatos à Presidência consultados enxergam, desde já, as Forças Armadas como uma espécie de “Poder Moderador”, que daria ao governo o suporte para conduzir, dentro dos estritos limites constitucionais, as medidas mais urgentes para terraplenar os caminhos da nação.

Não há dúvida que o check and balance dos Três Poderes está “desbalanceado” e que o Executivo foi se tornando refém do presidencialismo de coalizão e do “Judicialismo”. Esse apoio institucional fortaleceria o poder civil reformista. Os contatos feitos por Insight Prospectiva deixam evidente que os candidatos à Presidência da República procuram uma aproximação com as Forças Armadas também por identificarem no estamento militar um ator capaz de pensar o Estado latu sensu e de contribuir para a elaboração e execução de um grande projeto de reconstrução nacional. Os militares podem colaborar em soluções para a violência urbana – conforme já estão fazendo -, desenvolvimento tecnológico, comércio exterior e obras de infraestrutura, entre outras participações.

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