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A fusão entre a BM&F e a Cetip, um negócio da ordem de R$ 12 bilhões, terá de enfrentar uma dura resistência no mercado de capitais. Agentes do setor – incluindo grandes corretoras de valores, traders autônomos e empresas e investidores dispostos a criar uma nova bolsa eletrônica – estão se mobilizando contra a operação. Segundo o RR apurou, a Ancord (Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos) já protocolou um ofício na CVM e no BC, por conta do poder da nova empresa de tomar decisões unilaterais sobre o funcionamento do mercado. A pressão maior se dará no Cade. Juntas, BM& Bovespa e Cetip terão o monopólio no registro e negociação de ativos no mercado brasileiro de capitais. A dupla vai controlar 100% das operações, o que lhes permitirá arbitrar as taxas que quiser por serviços como custódia e liquidação de compra e venda de títulos mobiliários. O objetivo das instituições do mercado é pressionar o Cade a só aprovar a operação mediante uma série de restrições. Neste caso, BM&F e Cetip seriam forçadas a manter alguns de seus serviços separadamente, como, por exemplo, a custódia dos contratos de compra e venda e atividade de central depositá- ria de títulos privados. O que corretoras e agentes autônomos querem evitar é o último capítulo da crônica do monopólio mais do que anunciado. A associação com a Cetip é a culminância de uma série de movimentos nesta direção, notadamente a compra da Bolsa do Rio pela de São Paulo e a posterior fusão entre a BM&F e a Bovespa. Procurada pelo Relatório Reservado, a BM&F Bovespa não comentou o assunto.
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