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Os norte-americanos da Bain Capital estão rangendo os dentes. O bruxismo reflete a aflição da gestora de recursos com os resultados da Interodonto – operadora de planos odontológicos herdada com a aquisição da NotreDame Intermédica no ano passado. É bem verdade que a empresa de saúde dental ajudou a ampliar a base de beneficiários do grupo, que rompeu a marca de um milhão de clientes. A quantidade, no entanto, não se transformou em rentabilidade. A margem de lucro da Interodonto gira em torno dos 5% sobre o faturamento – já foi superior a 8%. Sua participação relativa no negócio tem caído mês após mês: no início do ano representava quase 30% do faturamento total da NotreDame; hoje, esse número já está perto dos 20%. Resultado: esse é um dente que está prestes a cair. A Bain Capital já estaria em busca de um comprador para a Interodonto. Como isca, asseguraria ao novo controlador o direito de permanecer utilizando o balcão de vendas da NotreDame para oferecer seus planos odontológicos. Dois candidatos naturais ao negócio seriam a Odontoprev e a Amil, líder e vice-líder do mercado. Donas, respectivamente, de uma carteira com oito e dois milhões de clientes, as duas empresas arrancariam da Interodonto ganhos de escala que a NotreDame não consegue capturar. A julgar pela conjuntura, a Bain Capital sabe que o negócio tende a piorar. No médio prazo, a retração da economia e a consequente redução do número de empregos formais terá um impacto sobre toda a operação da NotreDame. No caso da venda de seguros-saúde, em que as margens se mantêm num nível aceitável, dá para segurar; o mesmo não se aplica à Interodonto. * A Interodonto não comentou sobre os resultados recentes.
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