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O Corinthians, dono da maior dívida do futebol brasileiro – R$ 2,3 bilhões -, vem sendo pressionado por grandes credores a fazer dois movimentos considerados indispensáveis para o equacionamento de sua dramática situação financeira: a criação da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) e a posterior venda do seu controle. Entre as instituições financeiras, o senso comum é que o clube não conseguirá honrar seus compromissos sem a chegada de um investidor. O caso mais sensível é o da Caixa, maior credora do Corinthians – com mais de R$ 700 milhões a receber, referentes ao empréstimo para a construção da Neo Química Arena.
O clube já fechou e descumpriu ao menos dois acordos com a CEF. Na lista de bancos credores, figuram também Daycoval, Santander e BMG, entre outros. Segundo o RR apurou, a questão da SAF provoca discordâncias dentro do próprio Corinthians. Há informações de que o CEO, Fred Luz, defende a cisão do futebol.
Assim como seria favorável também a uma medida tão ou mais complexa: um pedido de recuperação judicial. Não é difícil ligar os pontos. Luz foi – ou está – “cedido” ao clube pela Alvarez & Marsal, consultoria especializada em processos de RJ.
No entanto, o presidente do Corinthians, Augusto Mello, responsável pela contratação do executivo, é contra o pacote completo: criação da SAF, venda do capital e recuperação judicial. O que se diz é que, por esse e outros motivos, a relação entre Mello e Luz está agastada. Em contato com o RR, por meio de sua assessoria, o Corinthians negou que existam divergência entre ambos.
E afirmou que “Não existe a possibilidade do Corinthians se tornar uma SAF”.
Em conversas reservadas, alguns credores abordam o que pode ser chamado de um certo “negacionismo corinthiano”. Como um clube que gasta cerca de 25% da sua receita anual apenas com o pagamento de juros conseguirá sair dessa areia movediça sem o aporte de um investidor? Bem, um aporte formal. Porque, nos bastidores da bola, corre de boca em boca que a gestão Augusto Mello vem recorrendo à ajuda financeira de empresários corinthianos.
Dois deles, inclusive, são apontados como candidatos à compra de uma participação em uma eventual SAF. Os empréstimos seriam uma forma de montar, desde já, uma posição estratégica no caso de separação do futebol, abrindo caminho para uma posterior conversão da dívida em participação acionária. Guardadas as devidas proporções, não seria um esquema tático muito diferente daquele que levou os empresários Rubem Menin, seu filho, Rafael Menin, e Renato Salvador, além do banqueiro Ricardo Guimarães ao controle da SAF do Atlético Mineiro.
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