Destaque

Até quando a Raízen vai suportar os prejuízos do Oxxo?

  • 18/10/2024
    • Share

O RR apurou que a Raízen, leia-se Cosan e Shell, está reavaliando o modelo de negócio do Grupo Nós, joint venture com a mexicana Femsa na área de varejo. A operação, que reúne as 1,5 mil lojas de conveniência da Shell Select e os mais de 500 pontos de venda da rede de mercados Oxxo, tem se revelado uma linha de montagem de prejuízos.

Uma das hipóteses cogitadas pela Raízen seria a cisão da empresa, de forma a separar o joio do trigo. Ou “Nós” e “eles”. O Grupo Nós, com a sua atual configuração societária, permaneceria apenas com a gestão das lojas Shell Select, instaladas nos postos de combustíveis da bandeira Shell, pertencentes à Raízen. Já o “eles”, no caso a Femsa, controladora do Oxxo, assumiria sozinha a operação da rede varejista no Brasil. Procurada pelo RR, a Raízen não quis comentar o assunto.

Criada em 2019, a joint venture nasceu como um negócio promissor e repleto de sentido para ambas as partes. A Raízen passou a ter um sócio do ramo, a Femsa, para tocar a gestão da Shell Select. Ao contrário do que possa parecer, o segmento de conveniência não é um negócio simples. A Vibra, por exemplo, também foi buscar um parceiro, a Americanas, para administrar a BR Mania – a associação acabou desfeita por conta do rombo contábil da rede varejista.

Do seu lado, a Femsa enxergou na Raízen um player de peso para dividir o risco da operação brasileira da Oxxo, que chegou ao país em 2020, em plena pandemia. O problema é que talvez nem a Cosan e nem a Shell esperassem um risco tão elevado. A Oxxo é uma máquina de moer dinheiro.

Estima-se que Femsa e Raízen já tenham desembolsado mais de R$ 750 milhões apenas com a abertura das cinco centenas de lojas no país. Enquanto era a joint venture de um ativo a só, a Shell Select, o Grupo Nós dava lucro. Com a chegada da Oxxo ao Brasil, tornou-se um negócio deficitário.

#Oxxo #Raízen

Leia Também

Todos os direitos reservados 1966-2024.

Rolar para cima