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A HIG Capital está se movimentando no mercado para vender o controle da Kora Saúde, dona de 17 hospitais e com faturamento anual em torno de R$ 2,3 bilhões. No setor, estima-se um múltiplo em torno de R$ 1,5 milhão para cada um dos dois mil leitos da empresa, o que resultaria em um valuation da ordem de R$ 3 bilhões.
Nas conversas entre executivos da área hospitalar, a Amil é apontada como uma forte candidata ao negócio. Adquirida pelo empresário José Seripieri Filho, no ano passado, a companhia já deixou claro o seu apetite por ativos da área hospitalar – vide a recente associação com a Dasa, que deu origem ao segundo maior conglomerado do segmento no país, atrás apenas da Rede D´Or. Outro interessado na compra da Kora seria o Mater Dei, grupo hospitalar com sede em Minas Gerais.
Há cerca de três anos, por sinal, surgiram rumores de uma possível fusão entre as duas empresas, e daí não passou. Tanto para a Amil quanto para o Mater Dei, o maior atrativo da Kora é a complementariedade geográfica da sua carteira. Seus hospitais estão localizados no Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás e Tocantins, além do Distrito Federal. Ou seja: fora de regiões que já apresentam um certo grau de saturação na área hospitalar, como Rio e São Paulo. O RR entrou em contato com a HIG Capital, mas a gestora não quis comentar o assunto. Amil e Mater Dei também não se pronunciaram.
Entre 2020 e 2022, no meio da pandemia, a Kora Saúde tornou-se uma máquina de M&As: foram 10 aquisições ao todo. Tanta volúpia causou efeitos colaterais, um passivo em torno de R$ 2 bilhões e um nível de alavancagem (dívida líquida/Ebitda) de quatro vezes. Ness cenário, a saída da HIG Capital do negócio é pedra cantada no setor há algum tempo. Mas ela não se dará dentro do roteiro que havia sido traçado pelos norte-americanos. No último dia 30 de julho, a HIG sofreu uma dura derrota.
Em assembleia de acionistas, os minoritários rejeitaram a proposta de retirada da empresa do Novo Mercado, que seria sucedida de uma Oferta Pública de Aquisição de Ações (OPA) para o fechamento de capital. Esse seria o script perfeito para os norte-americanos. Com 100% das ações, a HIG poderia negociar a venda do controle sem qualquer linha cruzada com os minoritários, com quem vive às turras.
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