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Infraestrutura
A dragagem do Rio Paraguai está na proa das prioridades da Antaq. Segundo o RR apurou, o diretor-geral da agência, Eduardo Nery, tem feito gestões junto ao próprio presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, com o objetivo de obter as licenças ambientais para o projeto. O pedido se arrasta no Instituto há mais de dois anos. O Ibama concedeu uma autorização, e ainda assim provisória, apenas para chamado trecho norte, entre Cáceres (MT) e Corumbá (MS). Contudo, o Ministério da Infraestrutura julga contraproducente fazer a dragagem somente em um pedaço e deixar o outro com riscos à navegação. Mesmo porque a Coordenada Sul, entre Corumbá e a foz do Rio Aja, na fronteira com o Paraguai, é justamente o ponto mais estratégico. É utilizado por barcaças com grandes quantidades de minério de ferro e bauxita, extraídos em Mato Grosso e em geral levados para o Porto de Imbituba, em Santa Catarina. Trata-se do trecho com as situações de navegabilidade mais críticas. Em 27 de dezembro de 2021, o DNIT encaminhou um ofício ao Ibama pedindo autorização para a obra em todos os 700 quilômetros do rio no lado brasileiro. Não teve resposta até hoje.
A pressão dos grandes exportadores pela dragagem vem, sobretudo, do agronegócio e do setor de mineração, leia-se Vale, os maiores usuários da hidrovia do Rio Paraguai. No ano passado, o transporte total de cargas pelo manancial subiu 45% em relação a 2021. No caso específico do minério de ferro, o volume cresceu 60%, chegando a quase quatro milhões de toneladas. A cobrança dos exportadores sobre as autoridades brasileiras cresceu nos últimos meses. Isso porque, em janeiro, o governo paraguaio iniciou os trabalhos de dragagem do rio Paraguai do lado de lá da fronteira.
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