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Agora só falta a própria Graça Foster voltar para a Petrobras

  • 20/06/2024
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Com a posse de Magda Chambriard e dos novos diretores, as atenções dentro da Petrobras se voltam agora para as mudanças em cargos-chave nas gerências executivas (GEs). O RR conversou com duas fontes de áreas distintas da estatal. Segundo informações que já circulam nos corredores da empresa, Magda está montando uma estrutura à imagem e semelhança da visão do governo em relação à Petrobras, em um nível de alinhamento que talvez só encontre paralelo na gestão de Maria das Graças Foster. E a citação à ex-presidente da empresa não é uma mera figura de linguagem, ao menos a julgar pelos nomes. A começar por Mario Jorge Silva, que estaria assumindo a fulcral área de Estratégia e Planejamento. Mario Jorge era uma espécie de xodó de Graça Foster. Em sua gestão, conduziu variados projetos demandados diretamente pela presidente da companhia. Liderou também o Programa de Otimização de Custos Operacionais (Procop), uma tentativa de conter os prejuízos da estatal com a queda brusca dos preços do petróleo em 2015. Em outro front, Renata Szczerbacki deverá assumir a gerência executiva de Desempenho Empresarial. Renata tem uma longa trajetória na área de Estratégia da Petrobras, quando a gerência era comandada por Antônio Eduardo de Castro. Este último também é historicamente ligado a Graça Foster desde a época em que ela ocupava a diretoria de Gás e Energia da empresa. Na ocasião, por sinal, Magda Chambriard era diretora-geral da ANP. Em tempo: Antônio de Castro foi alvo do que dentro da própria Petrobras é lembrado até hoje como uma “rasteira” de Aldemir Bendini, que assumiu a presidência da estatal em 2015 em uma tentativa do governo de estancar a crise da Lava Jato. Após liderar todo o processo de reestruturação da Petrobras, com o suporte da renomada consultoria BCG, Castro foi jogado para escanteio por Bendine, sendo “exilado” em um posto na Liquigás. Desde então, nunca mais assumiu um cargo executivo na Petrobras Holding.
As gerências executivas (GEs) têm um peso enorme na estatal. Se o Conselho e a diretoria comandam a direção da locomotiva, são as GEs que, de carta forma, controlam a velocidade do trem – ou até mesmo se algum vagão vai descarrilar. O segundo escalão tem um papel importante na execução dos projetos e, em muitos casos, possuem competência administrativa e financeira para aprovação de decisões relevantes. Nesse momento de chegadas e partidas, há também alguns nomes que devem permanecer nesse comboio. É o caso de Danilo Ferreira da Silva, chefe de gabinete da presidência. Silva é uma indicação direta do Palácio do Planalto. De origem sindical, foi dirigente da FUP (Federação Única dos Petroleiros) e ocupou uma cadeira no Conselho da estatal como representante dos funcionários. É mais um executivo próximo a Graça Foster: foi assessor da presidência na sua gestão. Outra área da Petrobras em que tudo deve ficar como está é a Secretaria Geral (Segepe), uma espécie de gabinete guardião das decisões da diretoria executiva. Todas as pautas estratégicas do alto comando da empresa passam pela Segepe: a Secretaria organiza as reuniões de diretoria executiva e registra suas deliberações. À frente do cargo, está um dos personagens mais resilientes entre as gerências executivas da Petrobras. João Gonçalves Gabriel responde pela Segepe desde a gestão de Sergio Gabrielli. Ou seja: antes de Magda, já passou – e sobreviveu – por outros dez presidentes.
Ainda de acordo com as informações que correm na Petrobras, Tiago Homem, que ocupava a gerência executiva de Desempenho Empresarial, deve terminar a dança das cadeiras sem ter onde se sentar. A tendência é que retorne à área operacional. O executivo ganhou notoriedade recente por um motivo insólito: em junho do ano passado, foi autor de um artigo defendendo a reinjeção de gás natural associado a petróleo em poços da companhia. O texto foi compartilhado pelo então presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, em seu perfil no Twitter. A postagem foi considerada uma provocação ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, seu desafeto, que já criticou por diversas vezes essa prática na estatal

#Maria das Graças Foster #Petrobras

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