Agronegócio

A Índia está trocando de óleo. O que pode ser uma má notícia para o agro brasileiro

  • 4/09/2023
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Segundo notícia publicada há pouco pelo The Times of India, um dos grandes jornais locais, o país asiático importou em agosto cerca de 1,12 milhão de óleo de palma, o maior volume em nove meses. O produto veio, sobretudo, de Indonésia, Malásia e Tailândia. O número tende a crescer nos próximos meses, em razão dos preços globais mais baixos se comparados aos “concorrentes” óleo de soja e óleo de girassol. Some-se o fato de que a Índia teve o agosto mais seco em um século, com 36% a menos do que a média histórica de chuvas no mês. A seca afetou a produção local de soja, aumentando a necessidade de importações.

Obs RR: As notícias que vêm da Índia são um alerta para o agronegócio brasileiro. Os preços mais baixos e a alta oferta de óleo de palma nos países asiáticos podem levar os indianos a reduzirem as importações globais de óleo de soja, com impacto direto sobre o Brasil. Seria um revés justo no momento em que a agroindústria brasileira vive – ou vivia – um momento bastante favorável nas vendas da commodity para aquele país. No ano passado, as exportações de óleo de soja do Brasil para a Índia duplicaram em relação a 2021 – saindo de 642 toneladas para 1,2 mil toneladas. Na comparação com 2020, o salto chega a 235%. O Brasil é o quinto maior fornecedor de óleo vegetal comestível para os indianos. Agora, no entanto, corre o risco de ser deslocado pelos grandes produtores asiáticos de óleo de palma. Com os valores mais baixos, Indonésia, Malásia e Tailândia tendem a se beneficiar da decisão do governo indiano de reduzir as alíquotas para a importação de óleo de 24,5% para 5,5%, tomada no ano passado. O Brasil se aproveitou muito bem dessa janela em 2022. Agora são os asiáticos que começam a ocupar esse espaço.

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