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O Grupo Globo sofre historicamente severas críticas pela amplitude da sua hegemonia de mercado ou por seu posicionamento político. São discussões válidas. Mas é indubitável que a Globo bem das pernas é bem melhor do que o contrário. Que o digam, principalmente, atores, diretores, câmeras, iluminadores, cenógrafos, músicos, jornalistas e a maioria do operariado que labora na indústria artística. A empresa tem sido vítima dos tempos e de situações atípicas, mas vem enfrentando as adversidades com galhardia. Quando se trata da Globo, diga-se de passagem, o RR faz uma ressalva: o grupo sempre manteve uma interlocução franca e produtiva com a newsletter. Dito isso, vamos aos números da empresa, que, segundo a fonte, serão anunciados nesta semana.
A Globo Comunicação e Participações (GCP), que não inclui veículos impressos e rádios, fechou 2018 com um caixa acumulado acima de R$ 10 bilhões, contra R$ 9,4 bilhões no exercício anterior. A dívida passou de R$ 2,9 bilhões para algo em torno de R$ 3,3 bilhões. A variação, ressalte-se, foi decorrente de efeito cambial – a empresa não fez novos passivos no período. O Ebitda da Globo no balanço de 2018 ficará um pouco abaixo do verificado no ano retrasado (R$ 2,3 bilhões). A queda é resultado de um efeito sazonal: o expressivo investimento na compra dos direitos de futebol, notadamente a Copa do Mundo. Por sua vez, a receita líquida será da ordem de R$ 14,6 bilhões, algo como 1% inferior à de 2017. Não gerar dívida nova parece ser uma premissa da Globo.
De acordo com a mesma fonte, a empresa planeja investir algo em torno de R$ 2 bilhões nos próximos dois anos, valendo-se de recursos próprios. A maior parte dessa cifra está “carimbada” para o desenvolvimento de novos produtos e para a área de tecnologia. O “passado” é a ponte para o futuro, dado o potencial de aproveitamento da grande audiência da TV aberta para os novos produtos do grupo. Hoje, cerca de cem milhões de brasileiros “consomem” a TV Globo ao menos uma vez por dia. Desse contingente, o grupo já conseguiu mapear os hábitos de consumo de aproximadamente 40 milhões de pessoas, algo fulcral para a oferta de conteúdo direcionado – sejam produções, seja publicidade. Um dos projetos do grupo é aumentar o número de lançamentos exclusivos no GloboPlay, que eventualmente poderão ser exibidos mais à frente na TV aberta.
O aplicativo chegou recentemente à marca de 18 milhões de downloads. Não obstante as notórias dificuldades da TV aberta, diante das mais diversas mídias que disputam a atenção do consumidor (dos canais por assinatura às redes sociais, passando pelas plataformas de streaming), a Globo permanece estável, com mais da metade da audiência no segmento. O Domingão do Faustão, por exemplo, atingiu seus melhores números no Ibope nos últimos 12 anos. Na TV fechada, por sua vez, os canais Globosat também mantêm sua primazia, somando cerca de 35% da audiência. Mesmo no segmento editorial, mais atingido pelas novas circunstâncias do mercado, a Globo tem alcançado resultados positivos. Todos os 18 produtos de origem impressa dão lucro. O Valor Econômico estabilizou nos 35 mil exemplares diários. Há ainda outras 35 mil assinaturas digitais puras. A meta é chegar a 50 mil ao fim deste ano. A circulação impressa de O Globo, por sua vez, caiu aproximadamente 10% em 2018.
Este recuo, no entanto, tem sido coberto pelo aumento das assinaturas digitais. Já são cem mil pagantes exclusivos da versão eletrônica. O target é atingir 300 mil em três anos. A publicidade impressa, como não poderia deixar de ser, é cadente: corresponde a 50% do faturamento da editora – em 2013, esse índice era de quase 90% (conforme já ressaltado, esses números não são contabilizados na GCP). Em contrapartida, esse declínio tem sido compensado pela alta da publicidade digital e pela receita com branded content, que engloba de eventos à produção de conteúdo em parceria com agências de propaganda. Portanto, mesmo em um ambiente inóspito, a Globo se mantém em forma e pronta para novos embates.
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