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Mantega aperta o nó da Petrobras

  • 6/11/2013
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Apesar do que se tem dito, o ministro Guido Mantega não pretende aprovar o reajuste dos combustíveis ainda neste ano. Segundo uma fonte da Fazenda, no que depender da sua vontade, Mantega empurrará para janeiro qualquer mexida, que, mesmo assim, deverá ser um grãozinho de areia. Mais uma vez, a Petrobras será condenada a  condição de pobre menina rica; tem muito e pouco pode. Ao contrário do seu histórico de uma república quase independente, a companhia tem perdido praticamente todos os embates – investimentos, preços, orçamento, subsídios, participação compulsória no pré-sal etc. – desde o governo Lula. O curioso é que esse cenário se acentue na gestão de Dilma Rousseff, ex-presidente do Conselho de Administração da Petrobras e amiga e alma gêmea da já lendária Maria das Graças Foster. A executiva tornouse uma estátua de sal devido a  manipulação da empresa como um dos instrumentos de combate a  inflação. A perda mais recente da estatal foi a recusa do próprio Mantega, (anti)presidente do Conselho da companhia, em indexar os preços dos combustíveis aos praticados no exterior. O ministro não aceita qualquer regra que permita ao mercado antecipar a correção dos valores, transferindo para a Fazenda os desígnios sobre a área mais sensível da Petrobras. O nó nos preços combinado com a hipertrofia do orçamento embaralham a área de exploração, os planos de refino, enfim, os investimentos em geral da Petrobras. Tira o sono dos 85 mil empregados da companhia, a começar pela própria Graça Foster. Mantega também resiste a  ideia de uma “lei de responsabilidade fiscal do Tesouro” em relação a  estatal, o que exigiria lançar no orçamento da União os recursos rapinados da Petrobras com o congelamento de preços – uma espécie de conta-petróleo sem subsídio. O Ministério da Fazenda também não quer ouvir falar em aumento de capital da companhia, mesmo que por meio de um expediente heterodoxo, algo que levasse em consideração contabilidade criativa e/ou uso de reservas cambiais. Sobra para a estatal o eterno suspense em relação a  carestia. Seus planos dependem do resultado da inflação, que depende, no modelo perverso da Fazenda, da esterilização da companhia. Tristes dias esses da Petrobras.

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