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Lockheed Martin faz chover desaforos nos céus brasileiros

  • 19/11/2012
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Logo no início do segundo mandato de Barack Obama, o governo Dilma Rousseff terá de enfrentar uma delicadíssima agenda diplomática, militar e comercial com os Estados Unidos. A pauta, ou melhor, o problema em questão atende pelo nome e sobrenome de Lockheed Martin. Não há mais camuflagem capaz de esconder as animosidades entre o governo brasileiro e a companhia norte-americana. Uma das maiores fabricantes de equipamentos militares do mundo, a Lockheed Martin é considerada hoje “empresa non grata” no Brasil. No Itamaraty e no Ministério da Defesa, há um consenso de que o grupo foi o principal responsável pelo cancelamento da licitação de US$ 355 milhões voltada a  compra de caças para a Força Aérea dos Estados Unidos, vencida pela Embraer. Para suspender a operação, o governo norte-americano alegou divergências na documentação. As autoridades brasileiras estão convictas de que tudo não passou de um teatro, ensaiado com o propósito de reeditar o grand finale da licitação, desta vez com o protagonismo da Lockheed Martin. A questão vem sendo cuidadosamente conduzida pela diplomacia brasileira. Primeiro, porque qualquer esbarrão na fuselagem da Lockheed Martin significa automaticamente uma mossa nas relações com o governo norte-americano. Além disso, o problema ganha mais altitude pelo seu inevitável entrelaçamento com a licitação dos caças da Força Aérea Brasileira. Apesar de nunca ter decolado, oficialmente a concorrência está mantida pelo governo. Os próprios candidatos tratam de mantê-la viva, combinando loopings e rasantes. Após o cancelamento da licitação da Força Aérea norte-americana, o governo de Barack Obama tem reforçado o lobby da Lockheed Martin do lado debaixo do Equador. Segundo uma fonte do Itamaraty, a empresa pretende enviar uma comitiva de executivos ao Brasil ainda neste ano. Bem, não chega a ser uma grande novidade. Toda vez que sofrem ameaças, eles aterrissam nestas paragens. No entanto, também neste caso, a possibilidade de entendimento entre a empresa e o governo brasileiro parece estar cada vez mais próxima do chão. A Lockheed Martin insiste em não oferecer o seu principal fato, o F-35 Joint Strike Fighter. O modelo na vitrine é o F- 16BR, uma versão do F-16 adequada ao padrão exigido pela FAB. A aeronave, no entanto, é vista pela Força Aérea brasileira como ultrapassada e de qualidade inferior a  dos equipamentos das demais participantes da licitação, a francesa Rafale e a sueca Saab. Os norte-americanos admitem, no máximo, chegar a uma espécie de Frankstein dos ares, no caso, um F-16 com recursos do F-35. Mas nada de transferência tecnológica. Haja diplomacia!

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