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Acervo RR
O Pátio Higienópolis, um dos mais sofisticados shoppings de São Paulo, tornouse um octagon. Sobre o ringue não estão nem Anderson Silva, tampouco Chael Sonnen, mas duas das maiores empresas do setor no Brasil: a Brookfield, antiga Brascan, e a JHSF, do empresário José Auriemo. A disputa vai se transformar em um UFC jurídico. A Brookfield prepara-se para entrar com uma ação contra os demais sócios do Higienópolis. Não obstante ter 30% do empreendimento, a empresa foi despejada da função de operadora do shopping no fim do ano passado. O cobiçado posto passou a ser ocupado pela JHSF. A decisão partiu da miríade de investidores que detém os 70% restantes ? Fundação Conrado Wessel, Fundo de Investimento Imobiliário Pátio Shopping Higienópolis, Braz Participações, Niko Administradora de Bens, Agropart Agropecuária e Participações e Artwalk Administradora de Bens. A Brookfield alega ter sido vítima de um motim. Seu expurgo teria sido aprovado de forma irregular pelos demais sócios, contrariando o acordo de acionistas. A empresa quer não apenas reassumir o comando do negócio como provavelmente exigirá uma indenização com base nas perdas de receita sofridas desde dezembro. Procuradas pelo RR, Brookfield e JHSF não quiseram comentar o assunto. Se a Brookfield arma seus diretos e cruzados jurídicos, a JHSF, por sua vez, se movimenta no ringue de forma discreta. Suas joelhadas e chutes giratórios se dão longe da arena. Nos bastidores, José Auriemo estaria articulando com os demais acionistas do Pátio Higienópolis seu desembarque no capital da empresa. O ingresso se daria com a compra de participações minoritárias junto ao grupo de investidores. Seria apenas um golpe preparatório o mata-leão e o posterior nocaute. O objetivo desta articulação seria forçar a Brookfield a sair do negócio e vender suas ações a JHSF. Para todos os efeitos, a Brookfield caiu em desgraça junto aos demais acionistas pelos problemas administrativos enfrentados nos últimos meses. A Prefeitura de São Paulo ameaça cassar a licença de funcionamento do Pátio Higienópolis caso o shopping não regularize seu estacionamento, que tem um número de vagas inferior ao exigido pelo Poder Municipal. A responsabilidade foi para as costas da Brookfield. Isso até poderia explicar seu afastamento da condição de operadora do shopping, mas não justificaria a eventual gana dos acionistas em tirá-la de vez do empreendimento. Neste ponto, entram em cena os cifrões. A JHSF estaria oferecendo mundos e fundos para destronar a Brookfield do capital.
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