Acervo RR

Randon estaciona seu caminhão na porta da Recrusul

  • 13/06/2012
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David Randon está diante da primeira grande operação de M&A desde que assumiu o comando do Grupo Randon, há três anos. A empresa negocia a compra da fabricante de implementos rodoviários Recrusul. David está disposto, inclusive, a enfrentar uma queda de braço com os demais acionistas por conta da divisão que o negócio tem provocado na família. Alguns dos sócios seriam contra a aquisição por considerar o período inapropriado, leia-se as incertezas que cercam a indústria automobilística e o próprio grupo. No entanto, segundo um executivo próximo a David, seu argumento é justamente o oposto. Neste caso, ele considera a crise uma aliada. O empresário enxerga uma excelente relação custo-benefício na compra da Recrusul, devido a  depreciação do valor de mercado da companhia. Neste ano, a ação da empresa acumula uma queda de quase 50%. Procurados pelo RR, o Grupo Randon e a Recrusul negaram a negociação. A Recrusul, aliás, é uma exceção a  regra. Quando o assunto é o crescimento pelo greenfield, David Randon tem se mostrado bem mais cauteloso. Recentemente, o Conselho de Administração da Randon aprovou o maior plano de negócios do grupo em quase uma década – o valor fixado para o período 2012- 2016 chega a R$ 2,5 bilhões. O executivo, no entanto, já cogita a hipótese de adiamento de alguns dos projetos que estavam previstos para este ano, notadamente os relacionados a aumento de produção. O recuo está diretamente relacionado a  fraca performance do grupo no primeiro trimestre. O lucro foi de apenas R$ 18 milhões, contra R$ 66 milhões em igual período no ano passado. A direção da Randon também estuda novos cortes de produção em julho, em mais uma tentativa de reduzir os elevados estoques de autopeças e implementos rodoviários. Na prática, a decisão significa mais uma temporada de férias coletivas. A medida atingiria cerca de quatro mil trabalhadores. Se confirmada, esta será a segunda parada em cerca de um mês. Nos últimos oito dias, cerca de 1,3 mil trabalhadores das subsidiárias Suspensys e Master permaneceram em casa. Outros 3,6 mil funcionários das linhas de reboque e semirreboque também ficaram uma semana em férias coletivas. Procurado pelo RR, o Grupo Randon esclareceu que não há planos de novas férias coletivas. Em relação aos investimentos, informou que “a visão de longo prazo está mantida”, mas os projetos previstos para este ano “poderão ser reavaliados em razão dos resultados do segundo trimestre”.

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