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Pfizer e EMS duelam pelos frascos da Blau

  • 19/01/2012
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Para onde quer que olhe, Marcelo Hahn, dono do laboratório farmacêutico Blau, enxerga um potencial candidato a  compra da empresa. A Pfizer, que já fez uma investida em 2010, voltou a  carga. Os norte-americanos foram com mais sede ainda ao pote. Acenaram com uma oferta aproximadamente 20% maior. A Pfizer não está sozinha. Do outro lado, Hahn recebe o assédio da brasileira EMS, controlada pelo empresário Carlos Sanchez. A companhia chegou a ser cotada dentro do BNDES como potencial candidata a liderar um processo de consolidação no setor com a consequente criação de um grande laboratório nacional, mas as conversas não passaram da primeira página da bula. O principal ativo da Blau é o seu portfólio de medicamentos biotecnológicos. Comprar a empresa significa ainda herdar três fábricas, duas em Cotia (SP) e outra em São Paulo, e um faturamento anual em torno de R$ 200 milhões. Procurada pelo RR, a Blau negou a venda do controle. A Pfizer informou que “não comenta especulações de mercado”. Já a EMS não se pronunciou até o fechamento desta edição. Desde os frustrados planos de abertura do capital, em 2010, a Blau tem sentido cada vez mais cãibras na tentativa de acompanhar os passos dos grandes players do setor. Na disputa pela companhia, a Pfizer acredita ter um diferencial em relação a  EMS. Está disposta a replicar na eventual aquisição da Blau um modelo parecido com o adotado na compra do Teuto. Parecido, mas com uma mudança fundamental. Os norte-americanos aceitam a permanência de Marcelo Hahn na empresa, porém com uma participação minoritária. Desta vez, a Pfizer quer o controle da operação. O Teuto lhe serviu de lição. A posição de inferioridade no laboratório goiano – do qual comprou apenas 40% – tem criado alguns dissabores para o grupo. Haveria um descasamento entre o ritmo de expansão desejado pela Pfizer e o timing do empresário Walterci de Melo, controlador do Teuto. Os norte-americanos defendem uma maior dosagem de investimentos, mas a ideia estaria enfrentando a resistência do sócio majoritário.

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