Acervo RR

BV Financeira perde o crédito entre seus controladores

  • 18/01/2012
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Há agonia por todos os poros, mas nem um pingo de êxtase nos corredores da BV Financeira. Os executivos têm chegado para trabalhar pela manhã sem saber se, ao fim do dia, ainda estarão em seus cargos. A direção do BB e os Ermírio de Moraes preparam uma drástica reestruturação na empresa, controlada pelo Banco Votorantim. O motivo é a insatisfação com a performance da financeira. A maior parte do descontentamento pesa sobre as costas de Dídimo Santana Fernandez Junior, diretor comercial de veículos. Responsável pela principal área de atuação da BV, o executivo é o mais forte candidato a puxar a fila dos guilhotinados. A lâmina que ora resvala em seu pescoço já fez miséria em seu bolso. Na esteira do mau desempenho da financeira, sua Participação nos Lucros e Resultados (PLR) referente ao exercício de 2011 teria sido cortada em 90% na comparação com o ano anterior. Dídimo também caiu em desgraça junto ao BB e ao Votorantim por conta do aumento da inadimplência da financeira. Os acionistas da BV entendem que o executivo adotou uma política frouxa na concessão de crédito para a venda de veículos e tardou a reagir ao crescimento dos contratos não cumpridos. Apenas no terceiro trimestre de 2011, a empresa reduziu o percentual de propostas aprovadas. O Banco do Brasil quer indicar o substituto de Dídimo Fernandez. Faz pressão também por mudanças em outros cargos na BV Financeira. Aliás, no que depender do banco federal, o troca-troca vai respingar no próprio Votorantim. A diretoria do BB entende que houve um cochilo no comando na instituição diante das sucessivas perdas de resultado da financeira. Fontes ligadas ao Votorantim garantem que a empresa fechou 2011 muito longe do lucro alcançado no ano anterior (R$ 507 milhões). Basta uma olhada no balanço do primeiro semestre para se imaginar o tamanho da distância. Entre janeiro e junho do ano passado, o ganho foi de R$ 98 milhões, bem abaixo dos R$ 241 milhões apurados no mesmo período em 2010. No mesmo intervalo, a provisão para créditos de liquidação duvidosa aumentou de R$ 753 milhões para mais de R$ 1 bilhão. Procurado pelo RR, o Votorantim informou que não se pronuncia sobre resultados financeiros não divulgados previamente pelo BB. Em relação a s mudanças na diretoria da BV, o banco divulgou que não “comenta boatos de mercado”. Além disso, classificou como especulação a informação sobre o corte no PLR de Dídimo Fernandez. Por uma questão de boa fé, o RR torce para que suas informações estejam erradas. Mas é difícil.

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