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EMS parte para a carreira solo na aquisição de laboratórios

  • 31/10/2011
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A pretensão de Carlos Sanchez, dono do laboratório EMS, de liderar o processo de consolidação da indústria farmacêutica nacional com as bênçãos do BNDES virou pílula de farinha. O empresário, que vinha mantendo conversações com a agência de fomento há mais de um ano, virou carta fora do baralho. Além de discordâncias de ordem financeira, o banco passou a olhá-lo com enorme antipatia. Segundo uma fonte do próprio BNDES, Sanchez ganhou fama dentro da instituição de ser um personagem intransigente e arrogante. Mudou a bula do BNDES, mudou o receituário do laboratório. Sem o biotônico da agência de fomento, o EMS vai ter de coçar o bolso para levar adiante o seu plano de aquisições. O principal objeto de cobiça de Carlos Sanchez é a União Química. Controlado pela família Castro Marques, o laboratório tem três fábricas – em Brasília, Pouso Alegre (MG) e Embu Guaçu (SP) – e faturamento anual em torno de R$ 500 milhões. O interesse do EMS coincide com um momento nevrálgico para o futuro da União Química. Fernando de Castro Marques, sócio majoritário, está negociando a compra da participação de seus dois irmãos, Cleiton e Paulo Marques, donos de 36% da empresa. As gestões vêm sendo conduzidas pelo Deustche Bank e pelo BTG Pactual. Há mais do que coincidências nestes dois movimentos. A intenção de Fernando de se tornar o único acionista da União Química estaria relacionada justamente a  investida do EMS. Sem os irmãos a tiracolo, o empresário terá maior poder de fogo para negociar um prêmio de controle ainda mais vantajoso. Procuradas pelo RR, a União Química informou que não está a  venda e a EMS não retornou até o fechamento desta edição. Após as frustradas negociações com o BNDES, Carlos Sanchez terá de buscar em outros frascos as drágeas necessárias para garantir a expansão do EMS. Além de utilizar recursos do próprio caixa, o empresário vai marchar na direção do mercado acionário e pretende abrir o capital do laboratório em 2012 caso a azia das bolsas de valores dê sinais de arrefecimento. Sanchez vai precisar mesmo da maior dose possível de fortificante. Além dos planos de aquisição, o empresário planeja construir ao longo de 2012 três fábricas de medicamentos, que serão instaladas em Brasília, Manaus e Jaguariúna, interior de São Paulo. O desembolso será de quase R$ 400 milhões.

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