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Acervo RR
A empresária que sempre dirigiu sua companhia com uma espada de samurai em cada mão e jamais cedeu um milímetro em seu absolutismo societário saiu de cena. Depois de muita relutância, Chieko Aoki foi vencida pelas limitações operacionais e financeiras da Blue Tree. A controladora da rede hoteleira saiu em busca de um novo sócio. O candidato mais forte a compra de uma participação no grupo é Guilherme Paulus, ex-controlador da CVC e da WebJet. Trata-se de um flerte antigo. No passado, Chieko e Paulus chegaram a articular uma parceria entre a CVC e a Blue Tree, envolvendo a oferta conjunta de pacotes turísticos e hospedagem. O projeto jamais levantou voo. Desta vez, no entanto, o cenário é diferente. Chieko está convicta de que só conseguirá levar adiante o plano de expansão da rede hoteleira se tiver um investidor capitalizado ao seu lado. É justamente o caso de Guilherme Paulus, que embolsou quase R$ 900 milhões com a venda do controle da CVC e, mais recentemente, da WebJet. Chieko Aoki vive um momento que os japoneses costumam chamar de -kyudoshin -, algo como o desejo de procurar o caminho certo. Por ora, está apenas no desejo. A negociação com Guilherme Paulus é a terceira tentativa de capitalização da Blue Tree. No primeiro semestre, Chieko chegou a estudar o IPO da rede hoteleira, mas capitulou diante dos primeiros sinais de crise nos mercados internacionais. A seguir, manteve conversações com um grande fundo de private equity, que acabou desistindo de se hospedar no capital da Blue Tree. Agora, a esperança de encontrar o caminho certo aponta na direção de Guilherme Paulus. A -árvore azul – da hotelaria nacional já foi mais frondosa. O aumento da receita em 2010, da ordem de 10%, ficou abaixo do previsto. Nos últimos anos, a empresa foi afetada pela perda de três importantes hotéis retomados pela Funcef – em Angra dos Reis, Brasília e Cabo de Santo Agostinho (PE). Neste cenário, Chieko Aoki tem encontrado dificuldades para tocar o plano de investimentos da rede. A empresária calcula que precisa captar cerca de US$ 400 milhões para executar todos os projetos em pauta no grupo. A Blue Tree pretende inaugurar mais de 40 hotéis nos próximos quatro anos. Parece ser um salto grande demais para o tamanho de suas pernas. Basta dizer que a empresa levou mais de 14 anos para reunir 27 empreendimentos.
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