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Acervo RR
O presidente da Previ, Ricardo Flores, e os diretores de investimentos e de participações, respectivamente Renê Sanda e Marcos Geovanne, passaram os últimos dias debruçados sobre a reestruturação da carteira da fundação no setor elétrico. O iminente acordo com a Iberdrola para a saída da NeoEnergia vai deflagrar um efeito dominó sobre os negócios do fundo na área de energia. Além do movimento mais visível, a virtual fusão entre a CPFL e a Elektro, a Previ vai usar a operação como mote para a venda de suas ações na Celesc e na Cemig. O objetivo é reenquadrar seus investimentos no setor elétrico, uma vez que a entidade terá uma presença significativa no capital da CPFL/ Elektro. No caso da empresa mineira, trata-se de um negócio mais simples. A fundação detém apenas 3,11% do capital total e a desmobilização deverá ser feita via Bolsa de Valores. O que promete ser uma operação complexa é a venda da sua participação da Celesc ? equivalente a 33% das ações ordinárias ou 14% do capital total. O mais provável é que a Previ busque uma composição com as gestoras de recursos Poland, Geração Futuro e Tarpon Investimentos para a alienação conjunta de suas ações. O quarteto detém 36,99% das ONs ou 48,27% do capital total. O principal entrave a saída em bloco da Celesc é a relação litigiosa da Previ, Poland, Geração Futuro e Tarpon com o governo de Santa Catarina. Nos últimos dois anos, a fundação e as gestoras de private equity chegaram a acionar a Justiça para ter direito a participar da gestão da Celesc e reaver seus assentos no Conselho de Administração. Dentro da fundação, há quem defenda que as ações na Celesc, incluindo a própria participação dos private equities, sejam envolvidas no descruzamento societário com a Iberdrola. No entanto, este histórico recente de desavenças é um notório empecilho para a negociação. Mesmo assumindo uma participação relevante no capital da distribuidora, os espanhóis correm sério risco de herdar o imbróglio com o governo local e ter poder limitado na gestão da Celesc. Não combina com o figurino da Iberdrola, que costuma ter participações majoritárias em suas subsidiárias.
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