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Acervo RR
Atilano Oms Sobrinho é um daqueles empresários que parecem ter sete vidas. Mais uma vez, o dono da Inepar está botando a prova seus poderes de felino. O empresário negocia um acordo com o BNDES que deverá tirar de suas costas um pesado fardo: a dívida de quase R$ 600 milhões com o banco. Atilano é só otimismo. Segundo relato do próprio empresário a uma fonte ouvida pelo RR – Negócios & Finanças, o acerto com a agência de fomento deverá sair até julho. Será um acordo em doses homeopáticas. Nas próximas semanas, a Inepar deverá equacionar uma parcela do passivo equivalente a aproximadamente R$ 166 milhões. A principal peça desta engrenagem, no entanto, será a Cemat, distribuidora de energia do Mato Grosso. Atilano deverá repassar ao banco a sua participação de 26% no capital ordinário da empresa, controlada pelo Grupo Rede. A transferência das ações representará o abatimento da dívida total do banco da ordem de R$ 280 milhões. Ficaria faltando apenas a quitação de uma parcela final da dívida, no valor de R$ 154 milhões. Esta fatia se refere a debêntures emitidas pela Inepar que estão em poder do banco. De acordo com a mesma fonte, uma das hipóteses sobre a mesa é a conversão destes papéis em ações do grupo paranaense, que seriam posteriormente revendidos pelo banco em mercado diante da expectativa de uma valorização da ação da empresa. Trata-se de uma operação de risco. Não por acaso, todas as tratativas com a Inepar têm sido rigorosamente acompanhadas pela área técnica do banco, que deverá emitir seu parecer até maio. Por uma via sinuosa, a entrada do BNDES na Cemat resolveria não apenas um problema da Inepar, mas dos próprios controladores da empresa de energia. Em dificuldades financeiras, o Grupo Rede passaria a ter como sócios o BNDES e a Eletrobras, que já detém 5% das ordinárias e 40% do capital total da companhia. O ingresso do banco no capital e um eventual aumento de participação da holding federal dariam um substancial reforço financeiro a Cemat. Seria uma alternativa a venda da empresa ? uma das soluções aventadas pelo empresário Jorge Queiroz de Moraes Junior para equacionar os problemas do Grupo Rede. Atilano Oms Sobrinho já perdeu as contas de quantas vidas queimou desde que a Inepar deixou de ser um dos maiores grupos industriais do país para entrar no rol das empresas-abacaxi. Curiosamente, o empresário nunca esteve diante de uma ambiência tão positiva para a recuperação da companhia. Caso consiga finalmente negociar o passivo com o BNDES, Atilano terá fôlego extra para investir na sua maior aposta: a Iesa a“leo e Gás, uma das subsidiárias do grupo com maior potencial de crescimento. A empresa, com instalações no Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco e Rio Grande do Sul, vai construir mais uma planta industrial, no município gaúcho de Charqueadas. De olho no aumento das encomendas de equipamentos na esteira do pré-sal, Atilano pretende atrair um sócio para a companhia. No ano passado, o empresário chegou a negociar uma associação com o australiano Mac- Quarie Capital – ver RR – Negócios & Finanças nº 3.835.
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