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GP Investimentos tira o leite do copo da Itambé

  • 30/11/2010
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O mercado de laticínios fervilha. Por trás da desistência da Minas Leite e da Centroleite de se associar a  Itambé esconde-se uma disputa cada vez mais intensa por ativos no setor, inflamada pela GP Investimentos. Nas últimas semanas, a Monticiano , holding controlada pela gestora de private equity , atravessou as negociações para a formação de uma grande indústria de laticínios, projeto arquitetado e conduzido pela Itambé há praticamente um ano. A GP teria apresentado uma oferta para a compra do controle da Minas Leite e da Centroleite. A operação pode chegar a R$ 200 milhões. Os atuais controladores das duas empresas permaneceriam no negócio, com uma participação minoritária na Monticiano. Ainda que proporcionalmente com uma presença no capital inferior a  que teriam na associação com a Itambé, os acionistas da Centroleite e da Minas Leite vislumbram a possibilidade de embarcar em um projeto de maior porte. Com a aquisição da Centroleite e da Minas Leite , a GP poderá acertar dois alvos gastando uma única bala. Automaticamente, impedirá o fortalecimento da Itambé, esvaziando o projeto da concorrente de se tornar um consolidador de ativos no setor. Por ora, das cinco fabricantes de laticínios originalmente engajadas na operação, apenas a Confepar ainda está envolvida no processo. É muito pouco para a Itambé mudar de patamar. Com a solitária incorporação, sua capacidade de captação de leite passaria de 1,2 bilhão para pouco mais de 1,5 bilhão de litros por ano. Além de enfraquecer a posição da Itambé, a GP vai dar mais um passo para transformar a Leitbom, braço operacional da Monticiano , na maior processadora de leite do país. Somando-se a Minas Leite , a Centroleite e, sobretudo, a gaúcha Bom Gosto, também em negociações com a GP, a empresa atingiria uma produção anual de 2,4 bilhões de litros. Ultrapassaria a Brasil Foods e a DPA, respectivamente com capacidade para 1,7 bilhão e dois bilhões de litros por ano. Para atingir esta meta, além do assédio a  Centroleite e a  Minas Leite , os executivos da GP têm intensificado as conversas com a gaúcha Bom Gosto. A operação, no entanto, ainda esbarra na configuração societária da nova empresa, leia-se a  participação que caberá a  Monticiano e ao empresário Wilson Zanatta , controlador da Bom Gosto. Outro ponto de interrogação diz respeito a  participação do BNDES, dono de 35% da companhia gaúcha ver RR Negócios & Finanças nº 4.006.

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