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Acervo RR
A saga do banqueiro Aloysio Faria no mercado de biodiesel vive momentos decisivos. Em até dois meses, a Agropalma vai definir se retoma ou suspende definitivamente a produção de biocombustível a partir do óleo de palma em sua fábrica de Belém, desativada desde agosto. A decisão depende fundamentalmente das negociações para a entrada de um novo sócio na empresa. Além da Petrobras Biocombustível ver RR – Negócios & Finanças nº 3.968, o Grupo Alfa está em conversações com a Itochu. Os japoneses estão dispostos a comprar 25% das ações. Desde a partida, a prioridade da Agropalma sempre foi o acordo com a estatal, de olho na possibilidade de associação com outras companhias do setor. No entanto, a morosidade nas negociações com a Petrobras Biocombustível, a s voltas com a incorporação de ativos na área de etanol, e a entrada em cena da Itochu mudaram o cenário. A trading traz a reboque a garantia de empréstimos de bancos de fomento japoneses para financiar o aumento da capacidade de produção da Agropalma. Procurada pelo RR, a Agropalma não se pronunciou até o fechamento desta edição. A empresa de Aloysio Faria não passa por um de seus melhores momentos no que diz respeito ao biodiesel. A drástica decisão de suspender a produção de Belém foi motivada pela estiagem de novos contratos. No último leilão da ANP, em maio deste ano, a empresa saiu de mãos abanando. Não fechou sequer um acordo comercial. Parte da diretoria quer que a companhia saia em definitivo deste mercado e passe a se concentrar exclusivamente na venda de óleo de palma, muito mais rentável. No entanto, dados do último trimestre mostram que houve uma melhora na demanda por biodiesel no mercado interno, o que justificaria o retorno da produção, desde que devidamente acompanhado de um novo sócio disposto a compartilhar o risco e, principalmente, garantir mercado consumidor. A Itochu parece ser o personagem talhado para esta missão. Os japoneses já reservaram cerca de R$ 300 milhões para a compra de terras no Centro-Oeste e no Norte do país, que serão dedicadas ao plantio de matérias-primas para a produção de biocombustível. A entrada no capital da Agropalma permitia a trading agregar tecnologia para outros investimentos no setor e, sobretudo, assegurar o fornecimento de biodiesel para o Japão e outros países asiáticos. Entre plantas próprias e possíveis empresas coligadas, a Itochu pretende chegar a 2015 exportando por ano mais de 50 milhões de litros de biocombustível.
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