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Acervo RR
Está para nascer uma empresa que tenha uma imbricação tão estreita com a Funcef quanto a Engevix. Ao menos nas áreas de energia e construção naval. Pode até ser que a fundação esteja diante de uma pepita de ouro, mas os múltiplos negócios em andamento com a empreiteira têm sido vistos com ressalvas pela própria entidade mantenedora, a Caixa Econômica. A Funcef e a Engevix caminham de mãos dadas e passos cada vez mais largos. O maior exemplo desta construtiva afinidade é a meteórica ascensão da Cevix, joint venture entre a fundação e a construtora. Criada há poucos meses, a empresa está prestes a garantir um luxuoso assento em dois dos principais projetos de geração do país. A Funcef está pavimentando o caminho para a entrada da Cevix no capital da hidrelétrica de Jirau. A empresa deverá assumir os 5% do consórcio que pertenciam a Camargo Corrêa e foram recentemente adquiridos pela fundação. Será o suficiente para que ela tenha, já na partida, um assento no Conselho de Administração. O próprio Guilherme Lacerda, presidente da Funcef, tem se empenhado para acelerar a operação. Ele já teria conseguido o imprimatur da Suez, acionista majoritária da usina, para a mudança na composição societária. O afeto da Funcef pela Engevix envolve ainda a usina de Belo Monte. A fundação também costura a entrada da Cevix no projeto. Ainda na área de energia, Funcef e Engevix vão aumentar seu cacife na construção de PCHs. Os projetos também estão pendurados na Cevix. Duas usinas estão em fase de construção e outras três vão sair da prancheta até 2011. Dona de 26% da empresa, a Funcef vai financiar também a construção de duas linhas de transmissão. A parceria vai de vento em popa também na construção naval. A compra conjunta do estaleiro Rio Grande, que deverá ser anunciada nos próximos dias, é apenas a ponta do iceberg. Além da possível participação de 25% na empresa, a Funcef está tentando atrair para o empreendimento a Petros e o Centrus, fundo de pensão dos funcionários do Banco Central. A ideia é fazer um aporte de R$ 250 milhões no Rio Grande, recursos que serão usados no financiamento da principal encomenda da companhia: a construção de oito cascos de navios-plataforma para a Petrobras. A Funcef elegeu as áreas de energia e de construção naval como as duas principais pontas dos seus investimentos em infraestrutura. Ao lado do mercado imobiliário, são as maiores apostas da fundação para alavancar a carteira de renda variável. Sorte, digamos assim, da Engevix, que, atua em pelo menos dois destes setores. Quem sabe, com mais um empurrão da Funcef, a empresa não cria também um braço de construção imobiliária. Não custa lembrar que o setor está no DNA da Engevix, que foi controlada pela Rossi Residencial.
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