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Acervo RR
A San Antonio International está prestes a se tornar uma mancha na biografia de fortuna e prosperidade da GP Investimentos. Os bancos credores se movimentam para tomar, por via judicial, o controle da empresa, algo que não combina com a história da gestora de private equity. O objetivo é assumir a participação da GP, dona de 55,3% do capital, reestruturar a companhia e buscar um novo controlador. É provável também que os bancos avancem sobre a fatia dos minoritários ? a Amber Investment e o Temasek, fundo soberano de Cingapura. O principal artífice da intentona seria o Citibank, maior credor individual da prestadora de serviços para a indústria petroleira. Procurada pelo RR – Negócios & Finanças, a GP não quis se pronunciar. Do passivo da San Antonio, superior a US$ 700 milhões, quase US$ 600 milhões se referem a um empréstimo-ponte liderado pelo Citi. Em uma operação de compra alavancada, ainda pouco usual no Brasil, os recursos foram usados para financiar a própria venda da companhia para a GP. Além do Citi, a lista de credores da San Antonio é formada por Credit Agricole, Standard Bank, Itaú BBA e Deutsche Bank. Estes dois últimos emprestaram cerca de US$ 100 milhões a San Antonio como adiantamento ao IPO da empresa, que ocorreria em 2008. Veio a crise mundial e a emissão de ações foi para o espaço. Desde então, os dois bancos, que coordenariam a abertura de capital, tentam, sem sucesso, reaver o dinheiro. Para os bancos credores, assumir o controle da San Antonio significa arrancar do pescoço da GP todo o colar de participações que a gestora de private equity montou no setor a partir de 2007. A lista de aquisições inclui Prest, HK, Unap e, a maior de todas, a Sotep, que custou aproximadamente US$ 110 milhões. Desde o início, a GP apostou alto no pré-sal, não por acaso enfeixando na San Antonio empresas com uma significativa carteira de encomendas junto a Petrobras. Na teoria, tudo indicava mais um investimento blockbuster da gestora de private equity. No entanto, o timing não ajudou. O pré-sal ainda é um ponto futuro. Além disso, a San Antonio foi afetada pela crise mundial e a consequente redução dos investimentos no setor petroleiro. Desde 2008, estaria operando com uma capacidade ociosa perto de 40%.
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