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Alcotra supera Tabu para crescer no mercado de álcool

  • 2/03/2010
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A belga Alcotra Bio Energy começou a tropeçar no seu próprio crescimento. Sócia, com 50% do capital, da Destilaria Tabu, na Paraíba, a companhia tem estado a s voltas com problemas trabalhistas na usina, o que vem gerando forte fricção com os seus acionistas no empreendimento, a família Lundgren, controladora da Casas Pernambucanas. No mês passado, cerca de 600 trabalhadores paralisaram as atividades de corte de cana-de- açúcar em protesto pela falta de pagamentos. Os belgas estudam uma de duas medidas radicais: vender a sua participação na destilaria ou comprar a parte dos sócios e ficar com o controle integral. Tudo o que a Alcotra não quer agora é ter sua vitrine manchada por desavenças com trabalhadores rurais, em um setor recorrentemente acusado de oferecer condições de trabalho análogas a  escravidão. A empresa necessita de uma imagem politicamente correta para emoldurar seu plano de fazer quatro aquisições de usinas de álcool. A meta é transformar o Brasil na maior operação do grupo no mundo. Para isso, já avaliou em torno de 40 usinas. Em nenhum dos negócios, a família Lundgren é convidada sequer para tomar um caldo de cana. A usina Uberaba, que tem entre os sócios a família Balbo e a indústria Caldema, está na rota de interesse da Alcotra, que pretende adquirir até 70% das ações e deixar o restante com os antigos acionistas. Está ainda na mesa de negociações a compra das usinas paulistas Santo Antonio e São Francisco, também controladas pela família Balbo. A Alcotra quer juntar as três usinas e a destilaria em uma única empresa com volume de produção suficiente para negociar em melhores condições a compra de matéria-prima. A comercialização de álcool brasileiro corresponde a um quarto do negociado pela companhia no mundo, totalizando aproximadamente dois bilhões de litros por ano. A Alcotra tem negócios na Europa e africa do Sul. Ela está presente no Brasil há 20 anos.

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