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Acervo RR
O modelo de criação do Eximbank está longe de ser um consenso dentro do governo. A cerca de um mês do prazo previsto para o anúncio oficial da nova instituição, persistem as divergências em relação ao formato da entidade. Nas últimas duas semanas, a proposta de criação de uma diretoria do BNDES específica para o financiamento aos exportadores ganhou força e chegou a ser dada como favas contadas. O principal defensor deste modelo é o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge. No entanto, os ventos mudaram de direção nesta semana. Guido Mantega, que andava relativamente alheio a s discussões, resolveu jogar seu peso sobre a mesa. Resultado: são cada vez maiores as possibilidades de que o Eximbank venha ao mundo como uma subsidiária do BNDES e não apenas como uma mera diretoria. Mantega quer que a nova instituição tenha uma boa dose de autonomia, evitando que ela fique excessivamente amarrada aos interesses e aos limites orçamentárias do banco. Como subsidiária, o Eximbank poderá incorporar os mais importantes mecanismos de crédito e seguro a s exportações do governo ? notadamente o Fundo Garantidor de Exportação (FGE), uma espécie de apólice que utiliza recursos provenientes do Tesouro. O grande problema, que tem ajudado a alimentar a divisão dentro do governo, é o timing da operação. O Planalto quer que os primeiros financiamentos do Eximbank saiam ainda neste semestre. Para que isto ocorra, tudo terá de ser feito a toque de caixa, o que coloca um ponto de interrogação sobre a viabilidade da criação da nova subsidiária do BNDES. Esta proposta terá de enfrentar um rito mais demorado, incluindo a aprovação pelo Congresso Nacional.
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