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Acervo RR
O presidente da General Motors no Brasil, Jaime Ardila, está diante de um dos maiores desafios de sua carreira: reposicionar a montadora no país e voltar a briga pela liderança do mercado, duelo que na última década ficou circunscrito a Fiat e Volkswagen. O caminho é longo e passa pela expansão da fábrica de Gavataí (RS), mudanças na linha de montagem em São Caetano do Sul e, sobretudo, a revisão do portfólio. Dentro da própria GM, há o consenso de que a carteira de produtos da companhia no país precisa rejuvenescer. A sede de mudança não deve poupar nem mesmo um dos campeões de venda da montadora no mercado brasileiro: o Corsa, mais precisamente a versão sedan. A montadora estaria aguardando apenas liquidação dos estoques na rede concessionária para descontinuar a produção. No ano passado, foram vendidas apenas 3,2 mil unidades do modelo flexfuel. Em 2008, mesmo com o impacto da crise, sobretudo no último trimestre, a GM comercializou quase 30 mil veículos. A eventual extinção do sedan seria um preparativo para uma gradativa retirada de mercado do próprio Corsa. Caso isto ocorra, já existe um forte candidato a ocupar seu lugar. Trata-se do Agile, uma das maiores apostas comerciais da GM na América Latina. O veículo já é vendido no país desde o ano passado, mas a produção ainda está concentrada na fábrica de Rosário, na Argentina. A ideia da empresa é montar o modelo na unidade de São Caetano do Sul. Colateralmente, seria também uma maneira de revitalizar a fábrica paulista, marcada por problemas que vão do elevado custo de produção a turbulenta relação com as lideranças sindicais do ABC. A fábrica de Gravataí é outra peça fundamental na reorganização da GM no Brasil. Neste caso, todos os olhares da empresa estão voltados na direção do BNDES. É grande a expectativa quanto a liberação do empréstimo do banco para a expansão da fábrica gaúcha. O investimento total beira US$ 1 bilhão. O grande projeto reservado para a unidade é a produção de um modelo popular, com valor de venda inferior até mesmo ao do Celta, o mais barato dos veículos da companhia no país. Não obstante o rareamento dos recursos da matriz, a GM do Brasil sobreviveu bem a grave crise financeira do grupo nos Estados Unidos, que culminou com a sua estatização. Foi a mais lucrativa das subsidiárias da montadora em todo o mundo, superando, inclusive, a festejada operação chinesa. Ainda assim, o desempenho da empresa no Brasil foi inferior ao de seus principais concorrentes. Em número de veículos, as vendas da GM em 2009 subiram 9%. O crescimento da Fiat foi de 12%. A Volkswagen, por sua vez, teve um aumento das vendas em torno de 18%, índice superior ao da média do mercado: 14%.
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