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São evidentes os sinais da derrocada de Ricardo Andrade Magro, o híbrido de advogado e empresário que se notabilizou por cruzar e descruzar com desenvoltura a porta giratória entre a política e o mundo dos negócios. O aspecto soturno, agravado pelo monotemático terno preto, talvez seja uma das poucas características que ainda lembram o personagem de natureza maquiavélica, no mais pragmático dos sentidos – entre os mais próximos há até quem compare o Magro dos bons tempos a Doug Stamper, o discreto e eficiente desatador de nós do congressista Frank Underwood, de “House of Cards”. Hoje, tudo ao seu redor é decadência. Andrade Magro já não serpenteia com o mesmo desembaraço pelos corredores do poder. Perdeu prestígio junto ao PMDB de Eduardo Cunha da mesma forma que se distanciou do PT, de Marcelo Sereno, com quem, inclusive, chegou a trabalhar. O declínio político irradia pelos seus negócios. É sintomático que Andrade Magro tenha fechado seu escritório de advocacia no 16º andar do tradicional edifício Martinelli, no Centro do Rio. É uma pena! Aquelas paredes têm muita história para contar. As evidências do ocaso de Ricardo Andrade Magro estão também na Refinaria de Manguinhos, que, por uma série de circunstâncias, caiu no seu colo. Em recuperação judicial desde o início de 2013, a empresa vive a crônica de uma agonia mais do que anunciada. Opera de forma errática e sua atividade comercial se restringiria a venda de reduzidos volumes de combustíveis a preços baixos para postos bandeira branca. Entre janeiro e setembro do ano passado, Manguinhos teve prejuízo de R$ 83 milhões. E mais não se sabe, pois até hoje a empresa não encaminhou a BM&F Bovespa as demonstrações contábeis de 2014. O RR fez várias tentativas de contato com a Refinaria de Manguinhos, mas não obteve retorno em nenhum dos telefones e e-mails disponíveis da companhia. Que falta faz a Manguinhos o Andrade Magro do passado. Fosse em outros tempos, muito provavelmente a Assembléia Legislativa do Rio já teria aprovado o Projeto de Lei 425/2015, que propõe a criação de uma versão fluminense do Refis para empresas com dívidas fiscais acima de R$ 1 bilhão. É possível também que o contencioso com a Petrobras já tivesse chegado ao fim. Em dezembro, a 25a Vara Cível do Rio condenou a estatal a pagar R$ 935 milhões a Refinaria de Manguinhos pela compra de combustíveis a preços inferiores ao custo de produção. Esta, no entanto, foi apenas a decisão de primeira instância. A novela ainda deve perdurar por muitos anos, um futuro que talvez Manguinhos não possa esperar.
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