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O Fasano é cada vez menos Fasano. O famoso sobrenome, sinônimo de requinte, luxo e alta gastronomia, ainda vai acabar se tornando apenas um prato da boa lembrança nas paredes dos restaurantes e hotéis da grife. Por meio da JHSF, o empresário José Auriemo estaria negociando a compra de mais uma fatia do capital da Hotel Marco. Trata-se da holding onde estão pendurados o Hotel Fasano de São Paulo e 13 restaurantes fundados pela família – a empresa é responsável ainda pela operação dos hotéis do Rio de Janeiro, Punta del Este e Sorocaba (SP). De acordo com uma fonte próxima a Auriemo, sua participação no negócio deverá avançar de 65% para 80%. Com isso, os Fasano iriam de vez para um quartinho dos fundos: o quinhão pertencente a Rogério e seus irmãos Fabrizio e Andrea cairia de 35% para 20%. Perguntado sobre a negociação, o Fasano disse que “não divulga este tipo de informação”. Aos poucos, José Auriemo tem avançado no negócio. O movimento mais agudo ocorreu em junho deste ano, quando a Hotel Marco incorporou os 13 restaurantes da família e adquiriu o direito de usar a marca Fasano em qualquer atividade econômica. Ou seja: na prática, os Fasano deixaram de ser donos de seu mítico sobrenome. A cada anel que Rogério Fasano e seus irmãos foram entregando a José Auriemo ao longo destes anos, o motivo foi quase sempre o mesmo: o pagamento de dívidas. Parte expressiva dos R$ 53 milhões desembolsados por Auriemo em junho deste ano foi usada pelos Fasano para a quitação de passivos de seus restaurantes e dos três hotéis ainda controlados pela família. É o preço pago até hoje pelo plano de expansão do grupo deflagrado no início dos anos 2000, que incluiu a abertura de novos restaurantes, hotéis, cafés e até de um bufê, hoje a cargo de Andrea Fasano. Em 2003, o Fasano quase foi a falência. A entrada de Abílio e João Paulo Diniz no negócio manteve a cozinha aberta. A parceria, no entanto, durou pouco. Os Diniz deram lugar a José Auriemo. Era o recomeço do Fasano. Ou o começo do fim, dizem algumas línguas ferinas. Um fim bem remunerado, é verdade.
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