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A Renner amava a Marisa, que amava a Leader, que amava o BTG Pactual, que, no fundo, só ama a si próprio. Em meio a s diversas possibilidades de enlace societário aventadas nos últimos meses, o banco tornou- se o príncipe consorte do varejo, personagem fundamental para o processo de consolidação do setor. Ainda ontem, sua alma gêmea atendia pelo nome de Lojas Marisa. As conversações prosseguem, mas, diante do impasse nas tratativas com a família Goldfarb, proprietária da companhia, o BTG tem trocado olhares cada vez mais insinuantes com a Renner. Em jogo, a associação com a Leader, rede controlada pelo banco de André Esteves. Na visão dos estilistas financeiros do BTG, comparativamente esta talvez seja uma operação até mais fácil de ser costurada. Ao contrário da Marisa – pertencente a uma família com história no setor e enorme dificuldade de abrir mão da posição de majoritária -, a Renner não tem um dono. Seu controle está pulverizado em mercado: o único acionista com mais de 10% do capital é o Aberdeen Management. Procurada pelo RR, a Renner negou a negociação. Em maio de 2008, a Renner, de origem gaúcha, chegou a anunciar a compra da Leader, mas o negócio foi desfeito apenas cinco meses depois. Agora, caberia ao BTG voltar no tempo e reescrever esta história pelo avesso, desta vez concedendo a rede fluminense o papel de protagonista. A associação entre as duas empresas daria ao banco o controle de uma rede com mais de 300 lojas e faturamento anual acima dos R$ 6 bilhões. Ao mesmo tempo permitiria ao BTG comandar uma operação de abrangência nacional. Hoje, sua atuação no varejo é extremamente regionalizada. Com exceção de alguns poucos pontos de venda em Minas Gerais e no Nordeste, a Leader está quase que inteiramente concentrada no Rio de Janeiro. Já a Renner opera em 26 estados. Para o BTG, não faz qualquer sentido ficar isolado em uma ilha chamada Leader. A permanência do banco no setor de varejo está condicionada a uma operação de maior escala. Mesmo porque os resultados da rede fluminense não têm sido dos mais estimulantes. A Leader tem sofrido com a queda das margens operacionais e a consequente redução dos lucros. No fim do ano passado, a empresa chegou a registrar um caixa líquido negativo da ordem de R$ 40 milhões. Não são números a altura do BTG.
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